Alfaiate permanece em silêncio enquanto relator detalha R$ 33 milhões em repasses — Rádio Senado
CPMI do INSS

Alfaiate permanece em silêncio enquanto relator detalha R$ 33 milhões em repasses

O alfaiate João Carlos Camargo Júnior, investigado por receber valores milionários da associação Amar Brasi afirmou que sua alfaiataria e sua empresa de marketing, MKT, atuam de forma legal e independente. O relator da CPMI, deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL), citou repasses da Amar Brasil de R$ 1,7 milhão à alfaiataria e de R$ 32 milhões à MKT. O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), criticou a falta de explicações do depoente.

18/11/2025, 14h04
Duração de áudio: 02:30
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
O alfaiate João Carlos Camargo Júnior, suspeito de movimentar dezenas de milhões de reais em convênio com a associação Amar Brasil, investigada por descontos fraudulentos de aposentados, ficou em silêncio na maior parte das perguntas feitas na CPMI do INSS. Ele declarou apenas que os trabalhos da alfaiataria e de sua empresa de marketing, a MKT, são independentes e que foram feitos de maneira correta. (João Carlos Camargo Júnior) "Está claro e comprovado que a alfaiataria não recebeu nenhum centavo direto ou indiretamente de nada, absolutamente nada, que tem a ver com o caso do INSS. A alfaiataria tem vida própria. Tenho sim uma empresa de marketing que prestou serviço a uma associação. Tais serviços foram declarados, os impostos devidamente pagos, despesas quitadas e os lucros realizados como o dia a dia de qualquer empresa." Mas o relator da CPMI, deputado federal Alfredo Gaspar, do União de Alagoas, apontou que João Camargo recebeu via alfaiataria a quantia de R$ 1,7 milhão da Amar Brasil e mais R$ 32 milhões pela empresa de marketing. (deputado Alfredo Gaspar) Esse pessoal aqui meteu 31 milhões, quase 32 para a MKT, que tem ele, o Alfaiate, como único sócio. E eu só fiz uma pergunta: Que serviço foi prestado? E ele se calou. Vocês acham em sã consciência que quem presta um serviço digno, um serviço sério de uma empresa que está aqui sendo exposta ia perder essa oportunidade de explicar esse tipo de serviço? O presidente da CPMI, senador Carlos Viana, do Podemos de Minas Gerais, disse que João Camargo perdeu uma oportunidade de explicar a situação. (senador Carlos Viana) "Ele tem que explicar, porque ninguém passa quase 50 milhões numa conta em empresas que são suspeitas e pode sair sem querer dizer por que que esse dinheiro foi para conta. O senhor vai seguir a sua defesa, mas a sua trajetória profissional aqui está sendo colocada, não sua qualidade de alfaiate, nunca, mas o seguinte, o senhor recebeu, está no seu nome, as empresas, o senhor pode dizer para nós aqui, olha, eram meus clientes, me pediram ajuda, eu caí ... Agora o senhor prefere o silêncio." João Camargo também era sócio da empresa Kairos Representações, de propriedade de outros investigados pela CPMI, caso de Américo Monte Júnior, Anderson Cordeiro Vasconcelos, Felipe Macedo Gomes e José Branco Garcia. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.

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