Senado e Câmara sediam Fórum Parlamentar do Brics entre os dias 3 e 5 de junho — Rádio Senado
Economia mundial

Senado e Câmara sediam Fórum Parlamentar do Brics entre os dias 3 e 5 de junho

Criado em 2006, o BRICS reúne cinco das maiores economias emergentes do mundo: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Ao longo dos anos, 15 países se associaram ao bloco, que não é econômico a exemplo do Mercosul e da União Europeia. Juntas as nações do Brics representam 29% da economia mundial e de 20% de todo o comércio do globo. Entre os dias 3 e 5 de junho, o Congresso Nacional vai sediar o XI Fórum Parlamentar do Brics. Mais de 150 parlamentares dos países do bloco vão discutir temas relacionados ao desenvolvimento econômico, saúde, clima e sustentabilidade, inteligência artificial responsável e inclusiva, paz e segurança mundial. O senador Humberto Costa (PT-PE) ressaltou que esta interação vai facilitar a aprovação futura de acordos. O presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), afirmou que o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai impulsionar o comércio dentro do Brics. E o senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) destacou parcerias na área de ciência e tecnologia, sobretudo, inteligência artificial. Para outras informações sobre o Fórum Parlamentar do Brics acesse: congressonacional.leg.br/brics/

29/05/2025, 16h09 - ATUALIZADO EM 30/05/2025, 16h00
Duração de áudio: 04:38
alrasyiqin/freepik.com

Transcrição
OS PAÍSES QUE INTEGRAM O BRICS RESPONDEM POR QUASE TRINTA POR CENTO DA ECONOMIA MUNDIAL E POR VINTE POR CENTO DE TODO O COMÉRCIO. DESDE 2006, BRASIL, RÚSSIA, ÍNDIA, CHINA E ÁFRICA DO SUL ATUAM COMO UMA ALIANÇA EM DIVERSAS ÁREAS, COMO ECONÔMICA, SOCIAL E AMBIENTAL. O BLOCO CONTA COM UM BANCO PRÓPRIO DE FINANCIAMENTO DE PROJETOS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Criado em 2006, o BRICS reúne cinco das maiores economias emergentes do mundo: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em 2024, se associaram ao grupo o Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Irã. Neste ano, houve a adesão da Indonésia.  Há ainda os países parceiros, como Belarus, Bolívia, Cuba, Cazaquistão, Malásia, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Nigéria.  Ao contrário da União Europeia e do Mercosul, o BRICS não é um bloco comercial. Ele surgiu como uma aliança voltada para o desenvolvimento econômico e a cooperação política entre os países do chamado sul global. Juntos, os países do BRICS representam cerca de 40% da população do planeta, mais de 29% da economia mundial e de 20% de todo o comércio do globo, com destaque para combustíveis, minérios e grãos.  O bloco atua em diversas áreas: política e segurança, economia e finanças, além de intercâmbio cultural e da sociedade civil. Os acordos firmados pelos chefes de estado são submetidos aos parlamentos de cada país, como explicou o senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco.  É muito importante porque o Parlamento em todos esses países cumpre um papel importante na definição de quais são as políticas prioritárias para cada um desses países e as políticas que são prioritárias em conjunto em comum. Certamente, todos os acordos que são formulados no seio do BRICS precisam na maioria dos países passar pelo Parlamento e como tal nós temos essa integração entre os parlamentares desses países favorece esse processo de entendimento geral. Em resposta às dificuldades de acesso a recursos do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, o BRICS criou em 2014 o Novo Banco de Desenvolvimento com um capital incial de 50 bilhões de dólares para o financiamento de projetos sustentáveis e de infraestrutura nos países membros e em desenvolvimento.  O chamado NDB, com sede em Xangai, já liberou mais de 5 bilhões de doláres para financiar 31 iniciativas no Brasil, como usinas solares e eólicas. O Rio Grande do Sul conseguiu uma linha de quase 6 bilhões de reais para a reconstrução do estado. Os países do bloco também discutem o uso de moedas locais nas trocas comerciais. E em meio ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos, a aposta é de que essas negociações dentro do BRICS se intensfiquem, como ponderou o presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Nelsinho Trad, do PSD de Mato Grosso do Sul.  Um debate de alto nível onde vão ser discutidas as questões relativas a esse conflito comercial global, as oportunidades de negócios que vão se abrir para nós. A  partir do momento que você fecha uma porta, pode ter certeza que uma janela vai abrir. Abrindo janela é hora de você pegar essa oportunidade e fazer valer as questões principalmente do comércio brasileiro. Os países do BRICS também defendem mudanças em organismos internacionais, como as Nações Unidas, e o próprio FMI. No campo da ciência e tecnologia, eles discutem o uso da Inteligência Artificial, segurança digital, desigualdade no acesso às tecnologias, inovação industrial e até a exploração do espaço, como destacou o senador Astronauta Marcos Pontes, do PL de São Paulo.  Temos inúmeras possibilidades de cooperação internacional no setor de ciência e tecnologia, agora com o desenvolvimento de tecnologias como Inteligência Artificial e todas os problemas que vêm também, como a segurança cibernética,  computação quântica e etc. É um momento ideal para o Brasil poder participar, apresentar suas empresas, verificar o que os outros países estão fazendo e estreitar esses laços.  Outra área de cooperação do BRICS é a de desenvolvimento sustentável e mudança do clima. O Brasil, que também vai sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30, quer o apoio do bloco no financiamento de projetos que reduzam o aquecimento global.   Neste ano, a presidência do Brics é do Brasil, que tem como lema “Fortalecendo a Cooperação Sul Global por uma Governança mais Inclusiva e Sustentável.” Por isso, 150 parlamentares dos países que integram o bloco estarão reunidos aqui no Congresso Nacional durante três dias no XI Fórum Parlamentar do Brics. Eles vão discutir temas relacionados ao desenvolvimento econômico, saúde, clima e sustentabilidade, inteligência artificial responsável e inclusiva, paz e segurança mundial e uma cooperação mais forte e duradoura entre os Parlamentos.   Da Rádio Senado, Hérica Christian. 

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