Daniel Vasconcelos e Ede Ferreira Prestam Depoimentos à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas

Transcrição
A CPI DA MANIPULAÇÃO DE JOGOS E APOSTAS ESPORTIVAS OUVIU OS DEPOIMENTOS DE DANIEL VASCONCELOS E EDE VICENTE FERREIRA JUNIOR. REPÓRTER CESAR MENDES. Daniel Vasconcelos, atual presidente da Federação de Futebol do Distrito Federal, foi convidado a depor na CPI da manipulação de jogos por ter sido citado por outro depoente, William Rogatto, que teria apontado aos senadores o seu envolvimento em esquemas de manipulação de jogos em Brasília. Ao declarar que o relato de William à CPI foi mentiroso, Daniel revelou que vem sofrendo ameaças desde 2021. O senador Romário, do PL do Rio de Janeiro, explicou que as denúncias foram encaminhadas à CBF após investigações realizadas pela Operação Fim de Jogo. E disse que William Rogatto, apontado como líder da quadrilha, afirmou à CPI que Daniel teria sido quem mais o ajudou. (senador Romário) ''No dia 8 de outubro, prestou depoimento a esta CPI, o senhor William Rogatro, reputado como líder da quadrilha pela Operação Fim de Jogo. No depoimento, o senhor William Rogatto afirmou: em Brasília, só para deixar bem claro, o maior envolvido nisso se chama William Rogatto e Daniel, que é o presidente da Federação de Brasília. Em outro ponto, ele diz: Como eu te falei, o presidente da federação foi o cara que mais me apoiou em tudo o que fiz. São acusações graves, por isso esta CPI gostaria de lhe dar agora o espaço para refutar sobre as acusações.'' Daniel afirmou que não conhece William Rogatto e nunca conversou com ele, ao contrário do que ele teria dito à CPI. (Daniel Vasconcelos) ''Nunca vi na minha vida e nunca recebi uma ligação sequer desse cidadão. Pelo contrário, ele tentou me prejudicar, inclusive em coisas pessoais com a minha família também.'' Romário explicou que o modelo de atuação de William Rogatto, que assume o controle de times pequenos e escala jogadores de sua confiança para controlar os resultados dos jogos, tem sido uma constante nas investigações da CPI. Mas Daniel disse que isso só acontece com clubes que terceirizam a sua gestão. O segundo depoente, Ede Vicente Ferreira Junior, contou que foi atleta e passou a trabalhar como treinador de goleiros e auxiliar técnico após parar de jogar, em 2017. Ede foi questionado por Romário sobre o resultado de uma partida disputada em julho deste ano pelo time sub-20 do Nova Cidade, do Rio de Janeiro e o Belford Roxo. O Nova Cidade vencia até a primeira metade do jogo, mas sofreu uma virada no tempo final. O senador citou que as investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro revelaram que a partida registrou um volume incomum de apostas em Bets da Ásia apontando justamente que o Nova Cidade venceria no primeiro tempo, mas seria derrotado no final. (senador Romário) ''Naquele momento, o senhor era o treinador e gestor do time sub-20 do Nova Cidade. O senhor identificou algum comportamento anormal por parte de algum dos jogadores?'' Ede respondeu que assim que o adversário empatou, tentou fazer algumas mudanças no seu time para evitar a derrota, mas não teve êxito. (Ede Vicente Ferreira Júnior) ''Eu não posso aqui, sem provas, acusar ninguém; a gente vê algumas situações, dentro de algumas partidas, em que acontece isso; aconteceu, a gente viu aí, com o Botafogo no ano passado; ele ganhando de 3 a 0, tomou o 4 a 3; mas claro que a gente não espera que isso aconteça com a gente, mas infelizmente isso aconteceu lá dentro desse jogo.'' Ede disse que não tinha conhecimento de apostas na Ásia envolvendo o resultado da partida do Nova Cidade e que se desconfiasse que algum atleta estaria agindo intencionalmente para influir no resultado, o teria tirado do time. Ele confirmou que conheceu pessoalmente William Rogatto, apontado como chefe da quadrilha que manipula resultados de partidas de futebol; e que recebeu uma transferência bancária de 3 mil e 500 Reais de Rogatto, um mês antes da partida. Segundo ele, um empréstimo informal, apenas para que pudesse resolver problemas pessoais. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.