Sabatina de Gabriel Galípolo está marcada para a próxima terça-feira — Rádio Senado

Sabatina de Gabriel Galípolo está marcada para a próxima terça-feira

A Comissão de Assuntos Econômicos vai analisar na terça-feira (8) a mensagem do Executivo de indicação de Gabriel Galípolo para ocupar o cargo de presidente do Banco Central por quatro anos, a partir de 1º de janeiro de 2025 (MSF 42/2024). Antes de votarem o parecer do relator, senador Jaques Wagner (PT-BA), os integrantes do colegiado devem questionar o economista sobre a política monetária e eventuais medidas de controle da inflação que pretende implementar, caso a indicação se confirme.

04/10/2024, 16h30 - ATUALIZADO EM 04/10/2024, 16h30
Duração de áudio: 02:53
Foto: Pedro França/Agência Senado

Transcrição
A COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS VAI ANALISAR, NA TERÇA-FEIRA, A INDICAÇÃO DO ECONOMISTA GABRIEL GALÍPOLO PARA O CARGO DE PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL. ANTES DE VOTAREM O PARECER DO RELATOR, OS INTEGRANTES DO COLEGIADO VÃO SABATINAR GALÍPOLO SOBRE TEMAS COMO CONTROLE DA INFLAÇÃO E AUTONOMIA DO BC. REPÓRTER ALEXANDRE CAMPOS: A Comissão de Assuntos Econômicos vai analisar na próxima terça-feira, dia 8 de outubro, a mensagem do Executivo referente à indicação do economista Gabriel Galípolo para exercer o cargo de presidente do Banco Central por quatro anos, a partir de primeiro de janeiro de 2025. Ele deve substituir Roberto Campos Neto, que finaliza seu mandato no dia 31 de dezembro deste ano. Antes de votarem o parecer do relator, o senador Jaques Wagner, do PT da Bahia, os integrantes do colegiado devem questionar Gabriel Galípolo sobre a política monetária e eventuais medidas de controle da inflação que pretende implementar, caso a indicação se confirme. Ao avaliar positivamente a indicação do Palácio do Planalto, o senador Oriovisto Guimarães, do Podemos do Paraná, que compõem a Comissão de Assuntos Econômicos, apontou o principal desafio de Galípolo no cargo: (sen. Oriovisto Guimarães) "Sobretudo, ser capaz de manter a independência do Banco Central. Esse foi um grande avanço institucional do nosso país. Ele não pode deixar que o fato de o Lula tê-lo indicado ele se curve às vontades do Lula. Se ele fizer isso, ele vai sair de lá desmoralizado, ele não terá onde trabalhar depois. Ele tem muito a perder, se ele se curvar e não usar a independência que a lei lhe confere, depois que nós os aprovarmos. Mas eu acho que ele será um presidente independente." A mesma preocupação foi manifestada pelo líder da oposição, senador Marcos Rogério, do PL de Rondônia: (sen. Marcos Rogério) "Preocupa-me muito mais o vício retórico daquele que patrocinou a sua indicação do que as práticas técnicas daquele que foi indicado para essa missão - pelo menos em face do que já presenciado nas reuniões do colegiado do Banco Central ao longo desses últimos meses." Mas, na opinião do relator da mensagem na Comissão de Assuntos Econômicos, o receio de interferência do Executivo nas ações do Banco Central não procede. Ao destacar a capacidade técnica de Gabriel Galípolo, o senador Jaques Wagner lembrou que o presidente Lula, durante seus dois primeiros mandatos, manteve, à frente da instituição, por oito anos, Henrique Meirelles, um economista ligado ao mercado financeiro e não pertencente às fileiras do PT ou da esquerda: (sen. Jaques Wagner) "Eu era Ministro do Trabalho e perdi dois embates com ele quando eu queria que fosse feito um ganho real do salário mínimo. Ele defendeu o contrário, que achava que a economia não resistiria. O Presidente Lula, apesar da retórica, optou pela saída conservadora." Gabriel Galípolo é economista e, atualmente, ocupa o cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central. De acordo com as regras, a sua indicação para a presidência da instituição precisa ser analisada pela Comissão de Assuntos Econômicos para depois seguir para apreciação do Plenário no mesmo dia, onde são necessários os votos favoráveis da maioria simples dos senadores, presentes ao menos 41 parlamentares na sessão. Da Rádio Senado, Alexandre Campos.

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