Senadores acusam ONGs de interferir na produção de petróleo na Amazônia — Rádio Senado
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Senadores acusam ONGs de interferir na produção de petróleo na Amazônia

Durante audiência com o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, nesta terça-feira (7), senadores denunciaram interferência de ONGs internacionais contra interesses do Brasil na Amazônia. Eles alegaram que o Greenpeace foi contrário ao licenciamento ambiental para exploração de petróleo no rio Amazonas pela Petrobras. Agostinho disse que, além de motivos técnicos, o licenciamento foi negado pelo Ibama por conta de questionamentos da sociedade civil e admitiu que o Greenpeace opinou contra o licenciamento. O presidente do Ibama afirmou que o instituto já autorizou outros poços na região e continua analisando o pedido da Petrobras.

07/11/2023, 21h35 - ATUALIZADO EM 07/11/2023, 21h59
Duração de áudio: 03:14
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
SENADORES DA CPI DAS ONGS DENUNCIARAM A INTERFERÊNCIA DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL PARA A EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO NO RIO AMAZONAS. ESTE FOI UM DOS TEMAS DEBATIDOS EM AUDIÊNCIA COM O PRESIDENTE DO IBAMA, NESTA TERÇA. QUEM TRAZ AS INFORMAÇÕES É O REPÓRTER FLORIANO FILHO. O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, o Ibama, Rodrigo Agostinho, compareceu na CPI das ONGs como convidado e defendeu as operações que vêm retirando famílias de terras indígenas. O Ibama mantém a posição de que, sem a regularização ambiental da propriedade, o que inclui o reflorestamento da área desmatada, não é possível suspender os embargos. Outra questão que provocou o questionamento dos senadores foi o Ibama não dar o licenciamento ambiental pedido pela Petrobras para perfurar um poço de petróleo na foz do Rio Amazonas, na chamada Margem Equatorial. Agostinho justificou a negativa alegando que, pelo plano apresentado pela Petrobrás, levariam 48 horas para um barco vindo de Belém chegar até o ponto da perfuração. Ele disse que, além de motivos técnicos, o licenciamento também foi negado por questionamentos da sociedade civil e admitiu que a ONG Greenpeace opinou contra o licenciamento. Agostinho afirmou que o instituto não faz política energética, que já autorizou outros poços na região e continua analisando o pedido da Petrobras. Segundo ele, a perfuração na região da foz do Amazonas, com vários trechos de manguezais, é diferente dos poços da Bacia de Campos, onde a faixa de terra que seria atingida em caso de vazamento é basicamente de areia. Diferente da costa da Bacia de Campos, da Bacia de Santos, onde está aí mais de 90% da produção de petróleo brasileira, todo o Pré-Sal, ao longo da costa da Bacia de Campos e Santos a gente tem praia de areia, que é muito mais fácil você recolher com uma pá em um eventual acidente uma mancha de petróleo. A rejeição da licença ambiental gerou discordância entre os ministros Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e Marina Silva, do Meio Ambiente. A Advocacia-Geral da União deu um parecer de que a falta do licenciamento não poderia interromper a exploração petrolífera na região. O senador Marcio Bittar, do União do Acre, demonstrou indignação com a interferência do Greenpeace e de outras ONGs na questão:  Eu diria ao Greenpeace, "cuide do seu terreiro, que do Brasil cuidamos nós". O Greenpeace, que é uma ONG internacional, emitiu opinião contrária a que o Ibama fornecesse a licença e outras 80 ONGs. O senador Plínio Valério, do PSDB do Amazonas, acusou as ONGs de atuarem contra o Brasil. As ONGs já pegam dinheiro para fazer educação ambiental. ONG pega milhões não é para financiar comunidades não. Já que o Ibama faz isso é porque as ONGs sequer estão cumprindo esse papel educativo. Na verdade eles treinam as pessoas para fazer o jogo que eles querem. Mesmo sem a licença ambiental, o governo federal incluiu no Novo Programa de Aceleração do Crescimento projetos da Petrobras na foz do Rio Amazonas. Da Rádio Senado, Floriano Filho.

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