Líder da Bancada Feminina quer a derrubada do veto que impede homenagem à psiquiatra Nise da Silveira — Rádio Senado
Bancada Feminina

Líder da Bancada Feminina quer a derrubada do veto que impede homenagem à psiquiatra Nise da Silveira

A líder da Bancada Feminina, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), anunciou uma articulação para a derrubada do veto à homenagem à psiquiatra Nise da Silveira. O presidente Jair Bolsonaro alegou que não é possível comprovar “a envergadura dos feitos” da médica, por isso, impediu a inscrição do nome dela no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Eliziane Gama classificou de absurda a decisão de Bolsonaro.

25/05/2022, 13h52 - ATUALIZADO EM 25/05/2022, 13h52
Duração de áudio: 02:21
Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
LÍDER DA BANCADA FEMININA ANUNCIA ARTICULAÇÃO PARA GARANTIR HOMENAGEM À PSIQUIATRA NISE DA SILVEIRA. O PRESIDENTE BOLSONARO VETOU A INCLUSÃO DO NOME DA MÉDICA NO LIVRO DOS HERÓIS E HEROÍNAS DA PÁTRIA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Alegando impossibilidade de se comprovar “a envergadura dos feitos da médica Nise da Silveira e o seu impacto no desenvolvimento da Nação”, o presidente Jair Bolsonaro vetou o projeto que incluiria o nome da psiquiatra no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Nise da Silveira é reconhecida internacionalmente pelo tratamento humanizado de pessoas com transtornos mentais. Ela era contrária ao confinamento dos pacientes, ao eletrochoque e às intervenções cirúrgicas no cérebro na década de 1940. Em consequência do seu posicionamento, Nise da Silveira foi transferida para uma área de terapia ocupacional, onde descobriu os ganhos com as atividades artísticas. A médica defendia que os pacientes expressarem os sentimentos por meio das artes, em especial da pintura e que ainda convivessem com animais. Em 1956, Nise da Silveira fundou a Casa das Palmeiras, onde os pacientes apenas passavam o dia sem necessidade de internação. De iniciativa da deputada Jandira Feghali, do PC do B do Rio de Janeiro, o projeto foi relatado pela senadora Eliziane Gama, do Cidadania do Maranhão. Ela criticou a justificativa de Bolsonaro de que a homenagem não pode ser “inspirada por ideais dissonantes das projeções do Estado democrático.” A líder da Bancada Feminina anunciou uma articulação pela derrubada do veto.   É um desrespeito do presidente Bolsonaro com as mulheres, uma tentativa, aliás em vão, de apagar da história mulheres que foram pioneiras como a Nise da Silveira. A médica Nise revolucionou o tratamento de transtorno psiquiátrico e, portanto, ela já marcou a história brasileira. É um veto, que, no meu entendimento, chega às raias do absurdo. Um veto de gente pequena e que não há dúvida nenhuma será derrubado pelo Congresso Nacional. Para o veto ser derrubado, são necessários os votos de 257 deputados e de 41 senadores. Ainda não há uma data para esse veto ser apreciado em sessão do Congresso Nacional. Da Rádio Senado, Hérica Christian. 

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