Líder da Revolta da Chibata terá nome inscrito no Livro dos Heróis da Pátria — Rádio Senado
História

Líder da Revolta da Chibata terá nome inscrito no Livro dos Heróis da Pátria

O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria terá inscrito o nome de João Cândido Felisberto, o Almirante Negro, líder da Revolta da Chibata, movimento de 1910 contra os castigos físicos na Marinha Brasileira. O documento fica guardado no Panteão da Pátria Tancredo Neves, em Brasília, e homenageia personagens importantes da história do país.

28/10/2021, 13h28 - ATUALIZADO EM 28/10/2021, 20h13
Duração de áudio: 02:39
Domínio Público

Transcrição
LIVRO DOS HERÓIS E HEROÍNAS DA PÁTRIA TERÁ NOME DO LÍDER DA REVOLTA DA CHIBATA, MOVIMENTO DE 1910 CONTRA OS CASTIGOS FÍSICOS NA MARINHA. O DOCUMENTO FICA GUARDADO NO PANTEÃO DA PÁTRIA TANCREDO NEVES, EM BRASÍLIA, E HOMENAGEIA PERSONAGENS IMPORTANTES DA HISTÓRIA DO PAÍS. REPÓRTER RAQUEL TEIXEIRA. João Cândido Felisberto foi o líder da Revolta da Chibata, um movimento contra os castigos corporais na Marinha brasileira, que aconteceu em 1910. Com a aprovação da proposta, o nome do Almirante Negro será inscrito no Livro do Heróis e Heroínas da Pátria em reconhecimento aos feitos desse personagem da história do Brasil. O relator, Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, defendeu a importância dessa figura negra lendária. Reconhecer os nossos heróis e nossas heroínas é mostrar que a história brasileira é feita de diversidade, como a Marinha reconhecer que foi um erro do passado. Reconhecer o João Cândido herói da Pátria é fortalecer a democracia e a cidadania. O senador Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal, leu nota oficial da Marinha, que não reconhece o heroísmo do ato, mas considera o episódio como rebelião por ter causado a morte de pessoas inocentes. Sob a ótica da Marinha do Brasil a revolta dos marinheiros ocorrida em 1910 constituiu-se em um triste episódio da história do país e da própria instituição. Considera-se que o movimento não pode ser considerado ato de bravura ou de caráter humanitário porque vidas foram sacrificadas, atingidas após disparos de canhões pelo rebelados. O senador Flávio Arns, do Podemos do Paraná, destacou que as Forças Armadas deveriam pedir desculpas pelo racismo que aconteceu no passado do país. Isso aconteceu num período, isso não quer dizer que nós estejamos nos referindo à Marinha como uma instituição que eventualmente apoia uma inciativa dessa. O comportamento mais adequado da Marinha teria sido pedir perdão para a sociedade pelos fatos ocorridos. Já o senador Espiridião Amin, do PP de Santa Catarina, concordou que a Marinha não poderia aceitar o perigo que a Revolta da Chibata representou para a população local. Nesse ponto a Marinha tem razão, aplaudir uma insurreição que teve desdobramentos sociais que o documento da Marinha nos mostra, colocar uma cidade como refém, ameaçar atirar contra a população civil do Rio de Janeiro, isso tudo é uma coisa que a gente não pode decidir com nitidez. A Comissão de Educação também aprovou a instituição do Dia Nacional de Luta contra a Endometriose, a ser celebrado em 13 de março. Da Rádio Senado, Raquel Teixeira.

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