Problema de oxigênio é distribuição e não produção, diz Ministério da Saúde — Rádio Senado
Pandemia

Problema de oxigênio é distribuição e não produção, diz Ministério da Saúde

A comissão que acompanha as ações de enfrentamento à covid-19 ouviu nesta quinta-feira (18) a Anvisa e empresas distribuidoras de oxigênio sobre a possibilidade de colapso no setor. As empresas pediram prioridade de vacinação para funcionários que entregam oxigênio nos hospitais e informaram estar negociando para que em algumas cidades o oxigênio destinado para a indústria seja convertido para a área medicinal. Segundo o Ministério da Saúde, os estados em alerta são Acre, Rondônia, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Ceará e Pará. 

18/03/2021, 15h55 - ATUALIZADO EM 18/03/2021, 15h55
Duração de áudio: 03:25
FAB

Transcrição
LOC: A COMISSÃO DA COVID OUVIU NESTA QUINTA-FEIRA AS EMPRESAS QUE PRODUZEM OXIGÊNIO MEDICINAL E A ANVISA SOBRE OS RISCO DE ESCASSEZ DO PRODUTO NO PAÍS. LOC: SEGUNDO O MINISTÉRIO DA SAÚDE, A PRINCIPAL DIFICULDADE SERIA A LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO E NÃO A QUANTIDADE DE OXIGÊNIO PRODUZIDO. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA TÉC: O Ministério da Saúde afirma que o risco de desabastecimento de oxigênio medicinal se deve às dificuldades de distribuição do produto e não à quantidade produzida no país. Foi o que informou o responsável pelo Departamento de Logística do Ministério, Ridauto Fernandes. (Ridauto) Hoje o maior risco de perdas de vidas está nas pequenas unidades, mesmo nas capitais, e nos hospitais do interior. São aqueles que vivem do oxigênio gasoso, porque o oxigênio gasoso tem que chegar até os pequenos hospitais, na ponta da linha, tem que ser levado em cilindros, naquele transporte difícil, Então, hoje, nós estamos vivendo o drama dos cilindros. Está certo? Nós precisamos adquirir cilindros em grande quantidade. (REP) Ridauto listou como áreas de maior risco o Acre, que trabalha exclusivamente com oxigênio gasoso inclusive na capital, o interior de Rondônia e dos estados da região Sul, cidades do oeste do Pará e pequenos municípios no Ceará. Ele sugeriu a adoção de uma proposta legislativa impedindo que as produtoras de oxigênio recusem carretas de outras empresas que cheguem para ser abastecidas. (Ridauto) Embora seja um concorrente, embora seja alguém que vá receber aquele oxigênio e revendê-lo, no momento nós não temos estrutura, o grande não consegue chegar à ponta da linha. Então, nós dependemos, sim, dessas carretas que estão na mão dos pequenos, dos envasadores para poder fazer chegar à ponta da linha. E a expectativa de falta perigosa desse produto é de poucos dias. (REP) Ridauto informou, ainda, que até semana que vem serão enviados 400 cilindros de oxigênio para Rondônia. Segundo Paulo Serpra, representante da Cacoal, a única distribuidora do estado, seriam necessárias, no mínimo, 750 unidades. Paulo César Baraúna, diretor da White Martins, uma das empresas líderes do setor, informou que está negociando para que, em algumas situações, o oxigênio destinado para a indústria seja convertido para a área medicinal. (Baraúna) Em algumas cidades, já tomando a decisão de comunicar às indústrias que vamos suspender o atendimento para elas em função de uma causa maior, que é a defesa do bem da vida. (REP) Já o presidente da Indústria Brasileira de Gases, Newton de Oliveira, pediu prioridade de vacinação para os profissionais que fazem a entrega de oxigênio nos hospitais e chamou a atenção para a falta de mão de obra especializada. (Newton) São transportes especializados, que requerem pessoal treinado e preparado. Esse pessoal não é fácil de se encontrar no mercado. E nós temos as limitações das leis trabalhistas também. Os motoristas e o pessoal que está operando não podem trabalhar mais do que duas horas extras por dia. (REP) O relator, senador Wellington Fagundes, do PL de Mato Grosso, pediu que o Ministério da Saúde analise a prioridade para esses profissionais e agradeceu o esforço das empresas de oxigênio. (Wellington) Eu quero aqui parabenizar os laboratórios, as indústrias que estão fazendo esse papel. Sei que estão sobrecarregadas. Com certeza, vocês contam com o nosso apoio para que a gente possa cobrar do Governo para que haja condições de celeridade. (REP) Um levantamento do estoque de oxigênio no país está sendo produzido pela Anvisa. Entre as estratégias da Agência para ampliar o volume do produto no Brasil, está a redução da exigência do grau de pureza de 99 para 95% e a necessidade de autorização da Anvisa para exportar gases medicinais para outros países. Da Rádio Senado, Marcella Cunha.

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