Plano de ajuda a estados e municípios impede reajuste e concurso público — Rádio Senado
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Plano de ajuda a estados e municípios impede reajuste e concurso público

O Senado aprovou a renegociação de dívidas dos estados e municípios com a União, que poderão suspender o pagamento com a contrapartida de redução de gastos, a exemplo da privatização de estatais. O relator, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), negou um novo calote.  O líder do governo, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), afirmou que a proposta significará um respiro em meio à pandemia. Além do Rio de Janeiro. Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás poderão ser beneficiados pelo projeto, que segue para a sanção. As informações são da repórter Hérica Christian, da Rádio Senado.

16/12/2020, 05h12 - ATUALIZADO EM 16/12/2020, 05h12
Duração de áudio: 02:16
Sessão deliberativa extraordinária do Plenário do Senado Federal. 

Na ordem do dia, o Projeto de Lei (PL) 4.372/2020, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb); os projetos de lei 4.998/2020 e 5.217/2020, que tratam do registro e rastreio eletrônico de vacinas; o PL 2.963/2019, que cria regras para a aquisição, posse e cadastro de propriedade rural por estrangeiros; e o  PLP 101/2020, cujo objetivo é mudar as regras atuais para permitir que estados e municípios renegociem suas dívidas em troca de ajustes fiscais em suas contas. 

Também estão na ordem do dia autoridades indicadas a postos diplomáticos, de direção de agências reguladoras e outros cargos, que foram aprovados pelas comissões temáticas; além de cinco mensagens do Executivo que autorizam a contratação de empréstimos externos. 

Em pronunciamento, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). 

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
LOC: SENADO APROVA PLANO DE AJUDA A ESTADOS E MUNICÍPIOS QUE PREVÊ PRIVATIZAÇÕES E REDUÇÃO DE BENEFÍCIOS FISCAIS. LOC: O PROJETO, QUE ADIA O PAGAMENTO DE MAIS DE SEISCENTOS BILHÕES DE REAIS, SEGUE PARA SANÇÃO PRESIDENCIAL. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN TÉC: O Plenário do Senado aprovou o projeto que vai permitir a renegociação de dívidas dos estados e municípios com a União com a contrapartida da redução de gastos públicos. Pela proposta, governadores e prefeitos poderão suspender por 10 anos o pagamento de débitos que poderão ser quitados em 30 anos. Em troca do refinanciamento e da autorização para novos empréstimos com garantias da União, o novo Regime de Recuperação Fiscal determina que estados e municípios privatizem estatais, aprovem uma reforma da previdência de seus servidores, congelem salários e reduzam em 20% os benefícios fiscais. O relator, senador Vanderlan Cardoso, do PSD de Goiás, negou que o projeto seja um incentivo para o calote de estados e municípios ao governo federal. (Vanderlan) O projeto em questão não tem como finalidade premiar Estados que não tiveram controle sobre as suas dívidas. O que estamos fazendo é criando um mecanismo para que os gestores públicos em débito com a União possam ter a oportunidade de regularizar as suas situações, tomando o controle e a gestão fiscal. E, além disso, possibilita que entes com baixa capacidade de pagamento voltem a contratar operações de crédito com o aval da União. REP: O projeto também obriga estados e municípios a cumprirem por dois anos um teto de gastos, ou seja, só poderão aumentar as despesas no limite da inflação. Mas essa regra não vale para as áreas da saúde e educação, cujas despesas dependerão da arrecadação. O líder do governo, senador Fernando Bezerra Coelho, do MDB de Pernambuco, citou um respiro em meio à pandemia. (Bezerra) Os estados devem quase R$ 600 bilhões e em função de todas as dificuldades enfrentadas por duas crises econômicas sucessivas eles limitaram muita capacidade de pagamento. Isso vai significar a injeção de liquidez no caixa dos estados que terão fôlego financeiro para poder reprogramar o pagamento de parcelas da dívida pública junto à União. REP: O Rio de Janeiro será diretamente beneficiado pelo projeto. Outros estados endividados que poderão aderir ao programa são o Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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