Prescrição da cloroquina para tratar covid-19 pode ser regulamentada por lei
O senador Sérgio Petecão (PSD-AC) apresentou projeto de lei (PL 1851/2020) para regulamentar a prescrição da cloroquina no tratamento da covid-19. A proposta autoriza a prescrição, por médicos, de medicamentos que contenham cloroquina ou hidroxicloroquina enquanto durar o atual estado de emergência em saúde pública. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que é médico e se recuperou de infecção pelo coronavírus, alerta que o uso da droga pode aumentar o risco de problemas cardíacos. Os detalhes com o repórter Pedro Pincer, da Rádio Senado.
Transcrição
LOC: PROJETO REGULA A PRESCRIÇÃO DA CLOROQUINA PARA TRATAR A COVID-19
LOC: PROPOSTA EM ANÁLISE NO SENADO DETERMINA QUE O PACIENTE TERÁ QUE PERMITIR O USO DO MEDICAMENTO POR MEIO DE AUTORIZAÇÃO FORMAL. REPÓRTER PEDRO PINCER:
TÉC: O objetivo do autor, senador Sérgio Petecão, do PSD do Acre, é autorizar a prescrição, por médicos, de medicamentos que contenham cloroquina ou hidroxicloroquina para o tratamento da covid-19 enquanto durar o atual estado de emergência em saúde pública declarado pelo Ministério da Saúde. O projeto determina também que o paciente ou seu responsável deverá ser esclarecido sobre o caráter experimental do tratamento e terá que permitir o uso do medicamento por meio de autorização formal. O senador diz que informações sobre contraindicações, toxicidade e reações adversas são conhecidas. Petecão reconhece que os efeitos da droga no tratamento da covid-19 ainda estão em estudo, porém registra que médicos brasileiros já relataram o uso contra a doença.
(Petecão) As pessoas que têm usado, tem ajudado e ajudado muito, que seria a liberação, lógico, com orientação médica, da cloroquina e da hidroxicloroquina. Quando a família autorizar o uso desse medicamento, o médico pode prescrever. Hoje a maioria dos médicos não prescreve porque estão sendo feitos estudos nesse sentido.
(REP) O senador Nelsinho Trad, do PSD de Mato Grosso do Sul, que é médico e se recuperou de infecção pelo coronavírus, alerta que ainda não há comprovações sobre a eficácia da cloroquina. Ele lembra que o uso da droga pode aumentar o risco de problemas cardíacos.
(Nelsinho Trad) Nos pacientes que estão internados e não estão monitorados, se acontecer alguma consequência de efeito colateral que a gente sabe que a cloroquina dá, ninguém vai ficar sabendo. O paciente pode vir a sucumbir, entrar em uma fibrilação e vir a óbito numa situação sem o controle adequado.
(REP): A prosposta aguarda designação de relator.
PL 1851/2020