Pauta Feminina discute preconceito sofrido pelas mulheres negras na saúde pública — Rádio Senado
Debate

Pauta Feminina discute preconceito sofrido pelas mulheres negras na saúde pública

23/06/2017, 13h57 - ATUALIZADO EM 23/06/2017, 14h11
Duração de áudio: 02:08
Procuradoria Especial da Mulher/Pauta Feminina realiza audiência pública para discutir sobre racismo em atendimento à mulher na saúde.

Mesa:
usuária do Sistema único de Saúde (SUS), Val Costa;
gerente de projetos da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Gabriela Cruz;
advogada e integrante da Artemis, Ilka Teodoro;
procuradora especial da mulher, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM);
vice-presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Irene do Carmo Alves Ferreira;
promotora de justiça do Núcleo de Gênero Pró-Mulher do MPDFT, Liz-Elainne de Silvério;
representante do Departamento de Atenção à Saúde Indígena (Dasi), Juliana Silva Gama.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: O PROJETO PAUTAS FEMININAS DISCUTIU O PRECONCEITO SOFRIDO PELAS MULHERES NEGRAS NO SERVIÇO PÚBLICO DE SAÚDE. LOC: SEGUNDO PESQUISAS, A MULHER NEGRA TEM MAIS CHANCES DE TER O ATENDIMENTO ADIADO, SOFRER INSULTOS E SER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA. REPÓRTER ANA BEATRIZ SANTOS. (Repórter) Depois do diagnóstico de um câncer de mama, a moradora do Distrito Federal Val Castro esperou dez meses para a cirurgia de remoção de seu tumor e mais cinco anos para a reconstrução mamária. A falta de atenção com sua situação fez com que ela se mobilizasse para chamar a atenção sobre os problemas das mulheres que utilizam o serviço único de saúde. (Val Castro) “ eu sei que é difícil mas se nós unirmos nossas forças como mulheres, como negras, nós somos humanas. Eu creio que a gente dá a volta por cima. Nós não somos minorias. Um dia isso tem que bastar porque nos vemos tantas pessoas morrendo em fila de hospital” (Repórter) As expositoras do Projeto Pautas Femininas de junho chamaram a atenção para o chamado racismo institucional nos serviços de saúde. A maioria dos casos acontecem contra as mulheres negras, mas atingem também indígenas e outras minorias, como as ciganas. As situações mais comuns são insultos, atendimento mais curto do que o das mulheres brancas, demora em ministrar remédios para a dor e até mesmo recusa dos profissionais em atender pacientes de religiões de matrizes africanas. A consequência é a ocorrência de mais casos de violência obstétrica e um número maior de mortalidade materna entre as mulheres negras. Para a senadora Vanessa Grazziotin, do PC do B do Amazonas, o trabalho de conscientização das desigualdades precisa ser feito de maneira permanente. (Vanessa Grazziotin) “A sociedade que a gente vive é a sociedade de classe. As pessoas não são valorizadas pelo que elas são. Mas pelo que elas têm. Então a mulher já é discriminada pelo que é, se for negra, mais discriminada. Se for pobre, mais discriminada ainda”. (Repórter) Segundo informações do Ministério dos Direitos Humanos e do Ministério da Saúde, existem programas que oferecem treinamentos aos profissionais do SUS para evitar a discriminação das mulheres negras e os casos de racismo institucional.

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