Impeachment marca o tom da sessão especial sobre o Dia do Trabalho
Transcrição
LOC: O PROCESSO DE IMPEACHMENT EM ANÁLISE NO SENADO MARCOU O TOM DA SESSÃO ESPECIAL FEITA NESTA SEGUNDA-FEIRA PARA MARCAR O DIA DO TRABALHO.
LOC: MAIS QUE COMEMORAR, CONVIDADOS E SENADORES DISSERAM QUE É PRECISO LUTAR PARA EVITAR A PERDA DE DIREITOS TRABALHISTAS E SOCIAIS. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO.
(Repórter) O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, disse que esse Dia Mundial do Trabalho é histórico, pois acontece durante a análise, pelo Senado, do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele defendeu que o processo é conduzido por grupos que querem tirar direitos dos trabalhadores e criticou o programa Ponte para o Futuro, do PMDB, que seria a base de um eventual governo do vice-presidente Michel Temer.
(Paulo Paim) Em tempo de guerra, nós damos as nossas vidas e de nossos filhos em nome da Pátria, e eu não conheço pátria nenhuma que seja uma pátria de verdade ferindo de morte a própria democracia. Mas não tem como nós não falarmos aqui da ponte para o futuro, ou, como alguns dizem, a ponte para o retrocesso.
(Repórter) O senador Hélio José, do PMDB do Distrito Federal, disse no entanto que uma mudança de governo, que ele defende e dá como certa, não vai significar mudanças nos direitos, e que ele vai lutar ao lado dos trabalhadores.
(Hélio José) Eu mesmo estive com o presidente do meu partido – que eu sou do PMDB – Michel Temer, coloquei para ele da importância da preservação dos direitos dos servidores públicos, dos direitos dos trabalhadores, dos direitos sociais. Ele me garantiu que não iria mexer nessa questão. A admissibilidade vai acontecer, neste plenário, aqui, vocês vão enxergar. Teremos 180 dias em que vai ser necessária muita organização de todos os trabalhadores para resistir à sanha pra tirar direitos.
(Repórter) Sem entrar na discussão do impeachment, o procurador-Geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, disse que neste Dia Mundial do Trabalho, não há o que se comemorar, mas a combater.
(Ronaldo Fleury) Há o que comemorar? Não, há que ficarmos atentos a todas as tentativas de retrocesso na legislação trabalhista. E o que podemos esperar no mundo do direito do trabalho? Com certeza, a volta, numa volúpia muito mais exacerbada, principalmente de três questões básicas: terceirização, definição de trabalho escravo e tentativa de imposição do negociado sobre o legislado.
(Repórter) O vice-presidente do Senado, Jorge Viana, do PT do Acre, defendeu que o País coloque as diferenças de lado em busca de uma solução para combater o desemprego.