Comissão analisa possível ingresso do Brasil no Conselho de Segurança — Rádio Senado

Comissão analisa possível ingresso do Brasil no Conselho de Segurança

LOC: A COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES DEBATEU NESTA SEGUNDA-FEIRA AS POSSIBILIDADES DE O BRASIL INTEGRAR O CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS. LOC: OS CUSTOS E BENEFÍCIOS DA ENTRADA DO BRASIL NO CONSELHO DA ONU FORAM DISCUTIDOS POR ESPECIALISTAS E SENADORES. OS DETALHES COM A REPÓRTER PAULA GROBA. O Brasil deve continuar na disputa por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU? É a sociedade brasileira que vai arcar com os custos desta participação brasileira nas questões de segurança internacional? Questões como estas foram debatidas durante uma audiência pública da comissão de Relações Exteriores desta segunda-feira. Para o embaixador Ronaldo Sardemberg, em toda a sua história, o Brasil está em seu melhor momento para disputar a vaga. (SARDEMBERG) Eu tive 47 anos de carreira diplomática e nunca houve a oportunidade que nós estamos tendo agora para entrar no Conselho de Segurança como membro permanente que hoje tem. Nunca o Brasil teve a atenção que hoje tem. Nunca nós recebemos do exterior impactos positivos. (Paula) Já o professor da Universidade de Columbia, Albert Fishlow, não vê vantagens de o Brasil ser membro permanente do conselho de segurança diante da crescente influência do Brasil no G20, grupo dos 19 países mais desenvolvidos mais a União Européia. Para Fishlow, o Brasil terá de arcar com custos muito altos para ser membro do conselho. O senador Cristovam Buarque concordou com a opinião do professor ao afirmar que o Brasil desperdiça esforços na disputa. (CRISTOVAM) Chegamos até a perder disputas internacionais. Não demos importância para ganhar a OMC, perdemos a chance de eleger o diretor da UNESCO. Vamos supor que a gente ganhe. A gente vai é ter problemas. Vamos ter que fazer ações entre A ou B em momentos muito difíceis. (PAULA) O professor da PUC de Minas Gerais, Danny Zaredine, afirmou que o país tem pontos positivos de destaque na disputa, como o PIB Industrial e agrícola, a biodiversidade e o poder geográfico. Por outro lado, fica em desvantagem com relação ao poderio militar. Já o professor Doutor do Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais, Ibmec, Creomar de Souza, ressaltou a necessidade de se abrir o debate sobre o assunto com a sociedade e com o Poder Legislativo. (CREOMAR) Acredito que se uma abertura for feita no sentido de que os tomadores de decisão tanto em âmbito legislativo e executivo e a própria burocracia internalizarem o fato de que a política externa é também uma política pública, nós podemos ter um debate muito profundo no sentido de sabermos uma resposta efetiva pra esta questão. (PAULA) Este foi o último painel do semestre sobre geopolítica e relações internacionais. De acordo com o presidente da comissão de Relações Exteriores, senador Fernando Collor, o ciclo de debates vai recomeçar em agosto.
06/06/2011, 10h13 - ATUALIZADO EM 06/06/2011, 10h13
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