Representante da FAO diz que um bilhão de pessoas passam fome no mundo — Rádio Senado

Representante da FAO diz que um bilhão de pessoas passam fome no mundo

LOC: UM BILHÃO DE PESSOAS PASSA FOME NO MUNDO, O QUE CORRESPONDE A UMA EM CADA SEIS PESSOAS. OS DADOS FORAM APRESENTADOS PELO REPRESENTANTE DA FAO EM BRASÍLIA, HELDER MUTÉIA. ELE PARTICIPOU DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NESTA TERÇA-FEIRA, NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA DO SENADO. 

LOC: A COMISSÃO DEBATEU AÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS DE COMBATE À FOME E À MISÉRIA, COMO INFORMA A REPÓRTER NARA FERREIRA: 

TÉC: Segundo o representante da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, Helder Mutéia, um bilhão de pessoas no mundo estão em situação de insegurança alimentar, o que significa não ter comida suficiente em quantidade e qualidade. (HELDER) A meta do milênio era reduzir esta população de cerca de um bilhão de pessoas para a metade até 2015, mas estamos muito longe disso. Quando o desafio foi lançado nos anos 90, nós estávamos com 827 milhões pessoas passando fome. Quer dizer, o número, em vez de estar decrescendo, aumentou. Uma afronta à nossa dignidade. (REP) Helder Mutéia disse que a FAO recomenda que os países promovam políticas para aumentar a produção e melhorar o acesso à terra, aos mercados e ao crédito. O coordenador de ações internacionais de combate à fome do Ministério das Relações Exteriores, Milton Rondó Filho, destacou a importância da agricultura familiar para redução da miséria. E informou que o Itamaraty está organizando um observatório, com participação de outros órgãos públicos, para estudar formas de evitar a alta de preços dos alimentos. Segundo ele, esse aumento de preços afeta a segurança alimentar no mundo, porque muitos países importam a maior parte dos alimentos que consomem. (MINTON RONDÓ) O centro da nossa inflação costuma ser a alta dos preços dos alimentos. a maioria dos países é importadora líquida de alimentos. Os países da África em geral, 80%. A Venezuela, uma potência, importa 60%, importava 80% dos alimentos. Sobre esses países, a alta dos preços dos alimentos é fatal. A hipoteca que a gente coloca sobre o desenvolvimento desses países é muito importante. Então, estamos propondo, internacionalmente, e também internamente um observatório.Acho que seria muito importante que o Legislativo participasse. (REP) O senador Cristovam Buarque, do PDT do Distrito Federal, disse que a saída para a redução da miséria está na educação. (CRISTOVAM) A transformação do nome Bolsa Escola para Bolsa Família. Isso foi uma tragédia! As famílias, antes, as mães, sobretudo, quando recebiam Bolsa Escola, elas pensavam:Com essa Bolsa, meu filho estuda, e a gente sai da pobreza. Agora, ela pensa: -Se a gente sair da pobreza, perde a Bolsa...Então, o slogan ¿país rico é pais sem pobreza¿ faz uma revolução positiva na neurolinguística do povo brasileiro. é preciso sair da idéia de luta assistencial contra a fome para luta revolucionária contra a desigualdade e a pobreza. (REP) O senador Pedro Simon, do PMDB gaúcho, sugeriu à Comissão de Direitos Humanos que marque um encontro com a presidente Dilma Roussef para expressar a disposição e a necessidade de o Senado atuar mais na busca de soluções para combater a fome e a miséria no País.  

LOC: A SECRETÁRIA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME, MINISTRA TEREZA CAMPELLO, CONVIDADA PARA O DEBATE, NÃO COMPARECEU POR RAZÕES MÉDICAS. 

LOC: O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS, SENADOR PAULO PAIM, DO PT GAÚCHO, DISSE QUE A MINISTRA SE COMPROMETEU A COMPARECER À CDH ASSIM QUE POSSÍVEL.
22/03/2011, 01h34 - ATUALIZADO EM 22/03/2011, 01h34
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