CPI ouve as cinco maiores entidades educacionais devedoras da Previdência — Rádio Senado
CPI da Previdência

CPI ouve as cinco maiores entidades educacionais devedoras da Previdência

Representantes das cinco entidades educacionais que mais devem à Previdência Social explicaram em audiência pública na CPI da Previdência a razão do endividamento. Cassação equivocada da isenção tributária, crises econômicas e altas multas e juros aplicados à divida foram apontados como motivos dos débitos previdenciários.

O presidente da CPI da Previdência, senador Paulo Paim (PT–RS), defendeu a cobrança previdenciária sobre o faturamento.

01/06/2017, 13h27 - ATUALIZADO EM 01/06/2017, 13h58
Duração de áudio: 02:10
CPI da Previdência (CPIPREV) realiza audiência pública interativa com a participação de representantes de entidades educacionais. 

Mesa:
reitor da Universidade Católica do Salvador, padre Maurício da Silva Ferreira;
coordenador da Coordenadoria Jurídica da Sociedade Campineira de Educação e Instrução, André Nicolau Heinemann Filho;
relator da CPIPREV, senador Hélio José (PMDB-DF);
presidente da CPIPREV, senador Paulo Paim (PT-RS);
presidente da Associação Educacional Luterana do Brasil (Aelbra), Paulo Augusto Seifert;
representante do Instituto Presbiteriano Mackenzie, Antonio César de Araújo Freitas;
representante da Sociedade Educacional Tuiuti, Jonas Dietrich.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: REPRESENTANTES DAS CINCO ENTIDADES EDUCACIONAIS QUE MAIS DEVEM À PREVIDÊNCIA SOCIAL EXPLICARAM EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CPI DA PREVIDÊNCIA A RAZÃO DO ENDIVIDAMENTO. LOC: CASSAÇÃO EQUIVOCADA DA ISENÇÃO TRIBUTÁRIA, CRISES ECONÔMICAS E ALTAS MULTAS E JUROS APLICADOS À DIVIDA FORAM APONTADOS COMO MOTIVOS DOS DÉBITOS PREVIDENCIÁRIOS. DETALHES COM A REPÓRTER IARA FARIAS BORGES: (Repórter) No caso da Associação Educacional Luterana do Brasil, o presidente Paulo Seifert explicou que a instituição perdeu as isenções quando não cumpriu totalmente a cota de bolsas gratuitas para ser considerada filantrópica. (Paulo Seifert) “Tem a obrigação de fazer 5 mil bolsas, fez 4mil. Portanto, não contemplou. Foi fiscalizada, autuada e cobrada sobre os 5 mil, não sobre os mil que faltaram. Então a nossa dívida, essa dívida monstruosa, ela é constituída na sua quase totalidade dessa perda de isenção”. (Repórter) Na mesma situação está o Instituto Mackenzie. Um valor destinado a seminários para formação de professores, em 1999, foi considerado desvio de finalidade e a condição de filantrópica foi cancelada, informou o representante da Mackenzie, Antônio Araújo. (Antônio Araújo) “Se, de fato, esse desvio de finalidade ocorreu, a perda do benefício da imunidade não se restringe apenas ao exercício de 99 e alcança os demais exercícios. E nesses exercícios não houve nenhum descumprimento, nenhuma irregularidade, nenhuma ausência de pagamento, não houve nenhuma impontualidade fiscal”. (Repórter) Já a Sociedade Educacional Tuiuti, do Paraná, tem dívidas previdenciárias decorrentes de crises econômicas, disse o representante da instituição Jonas Dietrich. Ele sugeriu que a contribuição previdenciária se dê sobre o faturamento, não sobre a folha de pagamento. (Jonas Dietrich) “Por que o contribuinte não paga, porque ele não quer? Porque a fome do leão é superior ao número de antílopes disponíveis na savana, por ineficiência do Estado, por mal usar o dinheiro público”. (Repórter) O presidente da CPI da Previdência, senador Paulo Paim, do PT gaúcho, também defendeu a cobrança previdenciária sobre o faturamento. (Paulo Paim) “Porque a tendência é essa: cada vez a máquina vai substituindo o homem e o faturamento aumenta. E quem mais emprega é quem vai mais pagar. Então não é justo. A JBS teve um lucro de 130 bi e não quis pagar 2 bi por ano”. (Repórter) Na proxima audiência da CPI da Previdência serão ouvidos os maiores frigoríficos devedores da Previdência.

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