CAS debate prazos para o tratamento de pacientes com câncer — Rádio Senado
Comissões

CAS debate prazos para o tratamento de pacientes com câncer

19/10/2016, 15h34 - ATUALIZADO EM 19/10/2016, 16h38
Duração de áudio: 02:52
Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
LOC: UM DEBATE NA COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS MOSTROU QUE AS LEIS QUE DETERMINAM O INÍCIO DO TRATAMENTO DO CÂNCER EM ATÉ 60 DIAS A PARTIR DO DIAGNÓSTICO E A RECONSTRUÇÃO DA MAMA NA MESMA CIRURGIA DE RETIRADA DO TUMOR NÃO SÃO TOTALMENTE CUMPRIDAS NO BRASIL. LOC: ALÉM DISSO, OS PRÓPRIOS DIAGNÓSTICOS DEMORAM A SAIR E 41% DOS MAMÓGRAFOS DO SUS NÃO ESTÃO SENDO UTILIZADOS. REPÓRTER MARCELA DINIZ: TEC: (Repórter): O Sistema de Informação do Câncer, SISCAN, ainda não está presente em todo o Brasil, mas, os casos registrados pelo sistema mostram que 43% dos pacientes esperam mais do que o prazo legal de 60 dias para começar o tratamento na rede pública. O subprocurador da República, Eitel Santiago, cobrou a implantação total do Sistema e o cumprimento da lei, já que a demora no tratamento pode ser fatal: (Eitel) As pessoas estão morrendo por falta do início do tratamento. (Repórter) No entanto, o problema da demora começa já na fase do diagnóstico. No caso do câncer de mama, a longa fila para exame de mamografia nem sempre pode ser explicada pela falta de equipamentos, já que somente 1.499 dos 2.656 mamógrafos do Sistema Único de Saúde estão produzindo. Jaqueline Silva Misael, representante do Ministério da Saúde no Debate da Comissão de Assuntos Sociais, pediu a ajuda dos parlamentares para o levantamento, nos Estados, dos equipamentos ociosos: (Jaqueline) 59% dos mamógrafos existentes estão produzindo. Será que existe algum mamógrafo quebrado ou que ainda não foi instalado, nos hospitais? (Repórter) O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Ruffo de Freitas Júnior, disse que o SUS possui mamógrafos suficientes para fazer exames em todas as mulheres com idade a partir dos 40 anos, como manda a lei, e não a partir dos 50, como é feito hoje: (Ruffo) Em vez de não dar acesso a essas pacientes de 40 a 49 anos, talvez fosse época do Ministério da Saúde rever agora, afinal, é lei. (Repórter) A senadora Ana Amélia, do PP gaúcho, questionou a idade mínima de 40 anos para a realização de mamografia: (Ana Amélia) Quem tiver o trabalho de visitar uma exposição de fotografias de mulheres mastectomizadas organizada pelo movimento Renascer, vai encontrar ali mulheres de 28 anos, 32 anos, ou seja: estamos tratando da questão do tempo para fazer a mamografia. Esse continua sendo o grande teste para a prevenção do câncer de mama. (Repórter) O assessor da FEMAMA, Federação que reúne entidades de apoio à Saúde da Mama, Tiago Turbay, pediu o apoio dos senadores para um projeto em debate na Câmara que fixa o prazo de 30 dias para a realização dos exames de câncer: (Tiago) Vamos estabelecer um diagnóstico de 30 dias. A ineficiência do sistema faz uma janela enorme entre o diagnóstico e a realização do primeiro tratamento. (Repórter) Tiago Turbay defendeu campanhas para divulgar a lei da reconstrução mamária, informando às mulheres sobre seu direito de cirurgia plástica no mesmo ato cirúrgico da retirada do tumor. 63% das mulheres mastectomizadas fazem reconstrução mamária, mas apenas 26% dessas cirurgias são feitas no SUS. Da Rádio Senado, Marcela Diniz.

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