Senado celebra 200 anos com espetáculo musical conduzido por João Carlos Martins
O espetáculo "Senado 200 anos: uma jornada histórica rumo ao futuro” marcou com música as comemorações do bicentenário do Senado. A produção foi de Jorge Takla e a regência do grande maestro brasileiro João Carlos Martins, acompanhado pelo maestro Edson Beltrami e pela Orquestra Bachiana Jovem Sesi-SP, que se apresentou pela primeira vez ao público. O evento, multimídia, contou com telões que narraram a história do Senado e mostraram a arte como instrumento da democracia.
Transcrição
UM CONCERTO CONDUZIDO PELO MAESTRO JOÃO CARLOS MARTINS, UM DOS REGENTES MAIS ACLAMADOS DO MUNDO, MARCOU AS COMEMORAÇÕES PELOS DUZENTOS ANOS DO SENADO NESTA SEGUNDA-FEIRA.
MARTINS, QUE SE DESPEDE DOS PALCOS NO ANO QUE VEM, FALOU COM OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DO SENADO ANTES DA APRESENTAÇÃO. REPÓRTER MARCELA CUNHA.
O espetáculo multimídia "Senado 200 anos: uma jornada histórica rumo ao futuro”, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, contou a história do Senado através da música clássica e da arte visual, em um espetáculo dirigido por Jorge Takla, um dos grandes nomes na produção de óperas e musicais da América do Sul. Nos telões, imagens da história do Senado levaram o público a uma viagem musical comandada pelo maestro João Carlos Martins, considerado um dos maiores intérpretes de Bach da atualidade. No repertório, Martins destacou nomes como Tom Jobim, Villa Lobos e Carlos Gomes.
(João Carlos Martins): "Nós privilegiamos os dois compositores que são mais famosos no exterior, que são Carlos Gomes e Villa Lobos. Além de Lourenço Fernandes, pelo seu batuque, porque o batuque representa o ritmo brasileiro. E depois música de bom gosto. A imigração através de Portugal e da Itália. Tom Jobim não podia ter, e Chico Buarque. E no final, como paulista, uma homenagem de São Paulo ao Senado com Adoniran Barbosa e o Trem das Onze."
A regência ficou por conta de João Carlos Martins, acompanhado do maestro Edson Beltrami, e marcou a estreia da Orquestra Bachiana Jovem Sesi-SP. Nesta união de tradição e inovação, os músicos executaram obras que representam o Brasil e festejam a diversidade cultural e a arte como instrumento de conscientização para a democracia:
Me senti honrado por terem escohido a música clássica para essa celebração. Adrenalina pura. Qual que é a missão de um artista? É transmitir emoção. É procurar que o público saia com lágrimas nos olhos e um sorriso nos lábios.
Martins destacou, ainda, que sua despedida dos palcos já está marcado para o próximo ano, em Londres, após 75 anos de carreira. Agora, ele pretende se dedicar ao ensino de música erudita.
Foram só 4.800 apresentações até hoje e 75 anos de carreira, comecei como pianista aos 8 anos, de maestro aos 63 anos. No ano que vem, faço minha despedida nos palcos do Carnegie Hall aos 85 e aí começo minha carreira de educador musical.
João Carlos Martins é pianista e chegou a gravar a obra completa de Bach. Após perder o movimento dos dedos em um acidente, ele precisou se aposentar dos pianos, e se concentrar na regência. Foram mais de 20 cirurgias, até que o uso de luvas biônicas o permitiu tocar novamente. Da Rádio Senado, Marcella Cunha.