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Agência Senado e Rádio Senado são homenageadas em sessão especial: 'olhos da sociedade'
Paula Pimenta
Publicado em 8/2/2022

Com celebradas transparência e confiabilidade na divulgação do trabalho legislativo do Senado e do Congresso Nacional, a Agência Senado e a Rádio Senado foram homenageadas nesta terça-feira (8) em sessão especial remota pelos seus 25 anos. A solenidade deu início a uma série de atividades festivas pela data — os veículos foram fundados em 29 de janeiro de 1997 —, que incluem exposição fotográfica, visita institucional e jornada de comunicação.

Jornalista por profissão, o senador Carlos Viana (MDB-MG) foi o primeiro signatário da proposição pela sessão solene, transmitida pelo canal da TV Senado no YouTube durante pouco mais de duas horas, com mais de 1,2 mil visualizações ao vivo.

O parlamentar foi enfático em afirmar que a Agência Senado e a Rádio Senado são referências em um momento no qual o país discute a liberdade de se informar e de opinar, mas que também exige qualidade e veracidade do que é transmitido aos cidadãos.

— Aqui no Senado, hoje, o respeito que os servidores da Rádio e da Agência têm dos demais colegas das mídias tradicionais e nacionais mostra claramente que estão acertando na direção de um país com um senso e principalmente com um serviço de notícias públicas da maior relevância.

Não existe a possibilidade de algum projeto de lei ser discutido ou aprovado sem que a sociedade tome dele conhecimento, observou o senador.

— Elas [Agência e Rádio] são, na verdade, os olhos da sociedade sobre o trabalho legislativo que aqui se desenvolve.

Criação

 Presidente do Senado quando da criação dos dois veículos, o ex-senador José Sarney enviou homenagem no qual afirmou que procurou atender, “em termos contemporâneos”, à regra da publicidade das atividades parlamentares, como determinado pela Constituição.

"Assim, criei um complexo de serviços, Jornal, TV entre outras, como, destaco aqui, a Agência Senado e a Rádio Senado, que completam agora 25 anos. A data é importante, mas o mais importante são os imensos serviços que elas prestaram, com seu excelente quadro de profissionais — dedicados, competentes e eficientes — , capazes de discernir a importância relativa dos fatos, mas também sabendo equilibrar equanimemente o trabalho de cada senador, ao mesmo tempo que o resultado da ação coletiva do Senado Federal", disse Sarney.

Observando a importância da divulgação da informação pública, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso afirmou que apoiou a criação da Agência e da Rádio Senado para que chegassem ao grande público as notícias do que se estava fazendo no Legislativo.

— O Senado conseguiu isso, que é uma coisa importante. Essa é uma maneira de ter algum contato com o sentimento popular. É muito importante manter esse espírito de prestar contas, sem dizer que está prestando contas, à sociedade.

Primeiros passos

A diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, lembrou o papel e a coragem dos que iniciaram as atividades nos veículos de comunicação da Casa.

— Se hoje estamos aqui ocupando esses postos de responsabilidade na nossa Casa, no lugar em que escolhemos trabalhar que é o Senado Federal, foi graças a esses colegas, que nos receberam, que colocaram as primeiras pedras, que construíram esse sistema, muitas vezes com o descrédito dos outros órgãos, muitas vezes com uma enorme expectativa e uma responsabilidade de construir algo que até então era desconhecido

A Agência e Rádio Senado têm trabalhado a partir de suas agências de disseminação de informação para que aquilo que é produzido aqui em Brasília possa chegar a todos os recantos do país, segundo Ilana.

— Parabéns a todos os colegas que lá estão, parabéns a todos os presidentes e a todas as mesas diretoras que passaram a partir de 1997, que souberam investir e dar condições para que esse trabalho continuasse e se consolidasse.

Na mesma linha, a diretora da Secretaria de Comunicação do Senado (Secom), Érica Ceolin, afirmou que “nosso compromisso com o serviço público nos motiva a praticar o jornalismo legislativo com transparência, pluralidade, linguagem acessível e interatividade”.

— Sabemos que a comunicação pública revela sua maior importância justamente ao estreitar o laço entre a instituição que representa e a sociedade. (...) A aproximação entre o Poder Legislativo e a sociedade, almejada pelos veículos de comunicação do Senado, ficou ainda mais evidente nos últimos dois anos. Com a pandemia, os veículos não só anunciaram os fatos, mas cumpriram o papel constitucional de dar publicidade aos atos dos senadores no socorro financeiro a brasileiros e brasileiras e na regulamentação de medidas sanitárias.

Os veículos também conquistaram papel relevante do no combate às notícias falsas, salientou Érica Ceolin. A diretora destacou ainda o agregar na Secom de novas ferramentas tecnológicas e inovações do mundo digital.

— Inúmeras agências verificadoras reproduzem as matérias noticiadas pelos meios de comunicação do Senado ou citam a própria agência como fonte para testar a veracidade ou não de uma informação — disse a diretora da Secom, ao complementar que compõem a lista de projetos da Comunicação a ampliação da acessibilidade do site de notícias a pessoas com deficiência e a transmissão dos programas da Rádio Senado em vídeo pela internet.

Nosso compromisso com o serviço público nos motiva a praticar o jornalismo legislativo com transparência, pluralidade, linguagem acessível e interatividade.

Érica Ceolin, diretora da Secretaria de Comunicação do Senado

Profissionalismo

Diversos senadores estiveram presentes à sessão especial e convergiram quanto à confiabilidade das divulgações, a pluralidade dos temas abarcados, assim como ao essencial serviço dos veículos homenageados que constroem diariamente pontes entre os parlamentares e a população brasileira.

— Quando nós pensamos numa caminhada de 25 anos, em primeiro lugar, sempre duas palavras devem vir à mente de todos nós. Uma delas é gratidão. Gratidão por tudo o que foi feito, pelo trabalho incansável de tantos profissionais no decorrer do ano, e quero dizer obrigado. O que seria do Brasil e do Senado hoje sem uma Agência e sem uma Rádio? 25 de trabalhos de muita competência, dedicação, amor à causa. E reconhecimento, porque 25 anos atrás — se nós pensarmos, então lá, ainda no milênio passado —, criou-se toda uma necessidade de estruturação dessas duas iniciativas fundamentais para o Brasil — disse o senador Flávio Arns (Podemos-PR), ressaltando a credibilidade da Agência Senado e da Rádio Senado.

Da mesma forma, o senador Lasier Martins (Podemos-RS), que por anos trabalhou como radialista, afirmou serem justas as homenagens aos dois veículos pelo “trabalho isento e de qualidade daqueles que informam os cidadãos brasileiros sobre tudo que ocorre na Casa da Federação, além de oferecerem um nobre serviço de utilidade pública” e que fortalece a democracia.

— Lembro que a nossa missão de agente público se realiza também com a evolução e a expansão desses instrumentos em favor dos cidadãos do país, isto porque o direito constitucional de todos à informação e à liberdade civil encontra o respaldo nas notícias, nas reportagens, nos programas especiais, nas análises históricas e demais efeitos e feitos cotidianos da Agência Senado e da Rádio Senado.

Cidadania

A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) lembrou que “informação é poder” e ninguém empodera mais uma nação do que com informações reais.

— Todos os meios de comunicação do Senado cumprem brilhantemente esse papel de informação para a cidadania e a democracia.

A senadora Leila Barros (Cidadania-DF) definiu como bem-sucedido o "casamento de 25 anos da Agência e Radio com a democracia".

— A Rádio Senado conquistou a reputação de importante emissora cultural, porque além da programação que apresenta, tem uma programação musical que privilegia a boa música brasileira e inclui entrevistas com artistas de todos os gêneros. A emissora produz documentários e programas literários com entrevistados de todo o país. Por sua vez, a Agência Senado, fora o trabalho cotidiano de cobrir jornalisticamente toda a atividade legislativa, tornou-se também uma fonte de informação segura no combate a fake news — concluiu a senadora, que também homenageou os profissionais do setor de comunicação do Senado mortos nos últimos anos, inclusive os que perderam a vida para a covid-19.

Os senadores Nelsinho Trad (PSD-MS), Izalci Lucas (PSDB-DF) e Chico Rodrigues (DEM-RR) também prestaram suas homenagens ao lembrar que não basta fazer leis, é preciso disseminar as informações com seriedade.

— Na verdade, chama muito a atenção, até porque essa estrutura de que nós dispomos aí no Senado, como uma espécie de um grande link do nosso mandato para chegar até a população brasileira, é altamente qualificada pelos nossos profissionais, e nós, obviamente, temos que agradecer a cada um deles pela sua dedicação, pelo seu compromisso e, como eu já disse, pelo seu profissionalismo — afirmou Chico Rodrigues.

Muitas vezes sem hora para encerras as atividades — com coberturas que não poucas vezes já adentraram as madrugadas — os profissionais da Rádio e Agência Senado são “destemidos, dedicados e entregues”, nas palavras da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).

— E a iniciativa de um maranhense, o ex-presidente Sarney, da implantação da Rádio Senado e da Agência Senado foi fundamental. Eu entendo que foi um divisor de águas em um dos princípios que são fundamentais da administração pública, que é a transparência pública.

Alcance

Os números da Agência Senado e da Rádio Senado refletem a grandiosidade de seus alcances: somente em 2021, o Portal Senado Notícias ofertou 14 mil publicações, sendo 4.864 textos e 104 infomatérias, que resultaram em 36,6 milhões de visualizações. Houve aumento de 65% no número de fotos à disposição da imprensa e da população em geral. Já a Rádio Senado possui rede FM em 17 capitais e distribui seus produtos outras 4 mil emissoras cadastradas em seu serviço de radioagência.

Cobertura universal é o centro, o coração, o motor que move todos os setores da Agência Senado.

Sylvio Burle, coordenador-geral da Agência Senado

Coordenador-geral da Agência Senado, Silvio Burle enfatizou a missão de trabalhar no dia a dia da cobertura universal do trabalho legislativo: discursos proferidos em Plenário pelos senadores, projetos apresentados, audiências públicas das comissões, votações, reuniões das comissões e sessões plenárias.

— A cobertura universal é o centro, o coração, o motor que move todos os setores da Agência Senado. Ela é a principal diretriz que orienta o trabalho da fotografia, da reportagem, da arte e da edição. É a cobertura universal que permite à Agência Senado defender valores centrais para a comunicação da Casa desde a concepção dos veículos. E que valores são esses? O pluralismo, a isenção, a transparência, a clareza e a precisão sobre o trabalho do Senado e dos senadores — disse Burle, ressaltando o papel dos veículos para a democracia.

Burle substituiu a diretora da Agência Senado, Paola Lima, que está com covid-19 e por isso não participou da sessão especial.

Temos a obrigação de ser — e somos — um porto seguro de informação confiável, precisa e de qualidade.

Celso Cavalcanti, diretor da Rádio Senado

Para Celso Cavalcanti, diretor da Rádio Senado, numa época em que as mídias sociais permitem a qualquer usuário produzir e disseminar conteúdos, “o nosso trabalho ganha ainda mais relevância”.

— Temos a obrigação de ser – e somos – um porto seguro de informação confiável, precisa e de qualidade. (...) não é exagero afirmar que, ao conectar o Senado com esse cidadão, com esse indivíduo, levando a cada brasileiro, onde quer que ele esteja, informações sobre todas as votações e debates que acontecem aqui na Casa, estamos contribuindo, sim, para o exercício da cidadania e o fortalecimento da democracia em nosso país.

Primórdios

Primeiro secretário de Comunicação do Senado, Fernando César Mesquita aplaudiu a "audácia" do ex-presidente José Sarney, de outros senadores, assim como de todos os que atuavam no setor e em outras áreas da Casa para transformar em realidade a propagação do legislativo para todo o Brasil e o mundo.

— Quando nós começamos esse projeto, a mídia, que era dona da verdade, dizia o que queria e iria enfrentar uma realidade diferente: a realidade do que se passava efetivamente dentro do Congresso, dentro do Senado. E houve muita resistência. E hoje a mídia, a tradicional e a particular, é uma das maiores beneficiárias do que o Senado pode oferecer, tal a variedade, tal o volume de trabalho do Senado e da Câmara aqui.(...) O Senado hoje é a Casa mais transparente do Brasil. O senador está falando e, hoje, quem quiser já está recebendo a informação traduzida, em texto. São coisas que é preciso que se diga.

Ex-diretora da Agência Senado (2005-2009), Valéria Ribeiro destacou a “qualidade dos jornalistas que para cá vieram”, para juntos levarem à nova comunicação a grande novidade que iria mudar a vida de todos: a internet.

— Foram, é claro, enormes desafios para deixar o suporte do meio impresso e entrar no virtual, alterar o horário da entrega das matérias, o tamanho das matérias, a forma de escrevê-las e de editá-las, de modo que a palavra proferida no Plenário por uma ou um parlamentar pudesse estar disponível quase que imediatamente ao seu usuário e eleitor.

À frente da Rádio Senado entre 1997 e 2001, Silvio Hauagen, bastante emocionado, contou que o trabalho de construção da Rádio Senado foi feito a base de muitos sacrifícios.

— Quanto à programação da Rádio Senado, ela nasceu de uma dificuldade, de um desafio muito grande, porque [o programa] a Voz do Brasil era o único informativo com que o Senado contava para dialogar com a população brasileira, de então 165 milhões de pessoas. (...) Num prazo de seis meses nós tínhamos que colocar a rádio no ar. Foi o nosso compromisso. Isso só foi possível graças a um trabalho coletivo, em especial da Comunicação Social, mas contando com uma doação imensa por parte da administração da Casa, sem atropelar o rito processual.

Comunicação pública

Presidente da Federação Brasileira das Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação (Socicom), Fernando Oliveira Paulino afirmou que a Constituição Federal deu um passo decisivo para o fortalecimento das ações de comunicação pública no país.

— Desde o momento de sua criação, os canais de comunicação do Congresso Nacional, de maneira inovadora, têm se constituído como referência local, regional, nacional e internacional de disponibilidade, diversidade, pluralidade de opiniões e prestação de contas. A Agência Senado e a Rádio Senado têm qualificado o debate público e promovido um diálogo com a sociedade afirmou Paulino.

A Agência Senado e a Rádio Senado têm qualificado o debate público e promovido um diálogo com a sociedade.

Fernando Paulino, da Federação Brasileira das Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação

O Senado cumpre o seu papel ao ajudar o cidadão a obter informação a respeito do que é de seu interesse, segundo o diretor da Associação Brasileira de Comunicação Pública — ABCPública, Jorge Duarte.

— Quero agradecer a todos que fizeram da Rádio Senado e da Agência Senado parte de um sistema de informação cidadão, para ajudá-lo a exercer a cidadania. A Agência e a Rádio possuem uma concepção e uma trajetória que fortalece a democracia e cidadania no Brasil. Isso é uma conquista da sociedade, porque a comunicação pública é uma responsabilidade e uma obrigação, e não apenas uma prerrogativa.


Pauta: Sheyla Assunção
Coordenação: André Falcão
Edição: Valter Gonçalves Jr. 
Coordenação e edição de multimídia: Bernardo Ururahy
Edição de multímidia: Wilian Matos de Lima/Kátia Moreira da Silva
Foto de capa: Edilson Rodrigues/Agência Senado