Calígrafa redige texto do termo de posse para presidente

O Senado escreve um novo capítulo na história do país. E escreve à mão. Na tarde dessa quarta-feira (28), o texto do termo de posse a ser assinado pelo próximo presidente e vice-presidente da República, em 1º de janeiro, foi confeccionado nas dependências da Coordenação de Arquivo (Coarq).

A calígrafa contratada pela Casa para o serviço, Ana Paula Alves Barros, 38 anos, empregou o estilo Copperplate na redação transcrita do termo. Policial civil de carreira, ela diz ter se interessado pela caligrafia há 20 anos e desenvolvido os próprios estudos na área desde então.

— As máquinas são importantes, mas essa é uma arte que mantém algo histórico que evoluiu junto com o ser humano. É engraçado porque, apesar de eu fazer um documento super importante, no futuro provavelmente apenas meu filho vai saber que eu fui a autora. Ninguém lembra dos calígrafos — brinca.

O texto estreou o terceiro volume do Livro Histórico de Posse Presidencial. Todos os presidentes e vices devem ser assinar o livro. Os registros são feitos desde o início da República. A primeira assinatura foi feita em 1891 por Marechal Deodoro da Fonseca. Os volumes estão guardados no Arquivo do Senado Federal e podem ser acessados on-line.

No dia da posse, o livro é retirado do arquivo no momento da Sessão Solene e levado aos cuidados da Secretaria Legislativa do Congresso Nacional (SLCN), que é a responsável pela produção, elaboração e coleta das assinaturas do novo termo. No dia 1º, deve haver um calígrafo de plantão na secretaria, caso seja necessário fazer alguma alteração ou ajuste.  Além da assinatura no livro histórico, a secretaria produz outros seis termos avulsos que são enviados à Câmara dos Deputados, à Casa Civil, ao Supremo Tribunal Federal, ao Arquivo Nacional, à Biblioteca Nacional e a via do Senado. 

Resistência ao tempo

O chefe do Serviço de Conservação e Preservação do Acervo (Secpac), Roberto Ricardo Carlos Grosse Júnior, explica que a qualidade do material usado no documento é diferente devido à necessidade de preservação do documento.

— Para esse livro, usamos um papel feito de fibras longas com algodão, que prolonga a vida dele. No mercado, é o que há de melhor. A tinta usada também é uma permanente à base d'água que não agride o papel —detalha.

Ele explica que há documentos, como a Lei dos Sexagenários, que estão bem preservados até hoje, mesmo com uso de materiais não adequados. Portanto a expectativa é de uma vida útil ainda maior para aqueles produzidos com material de qualidade mais adequada. 

da Comunicação Interna
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