Escalpelamento: dor e superação nos rios da Amazônia
Cinco relatos dramáticos. Cinco histórias de perseverança para lidar com as marcas de um acidente. Esse é o ponto de partida da reportagem especial “Escalpelamento: dor e superação nos rios da Amazônia”, que a Rádio Senado leva ao ar.
Acidente que ocorre principalmente nos estados do Pará e do Amapá, o escalpelamento é o arrancamento brusco do couro cabeludo (escalpo) depois que os cabelos da vítima se enroscam no eixo do motor do barco. Em alguns casos, o eixo leva outras partes da cabeça, como orelhas e sobrancelhas. Os hospitais da região recebem novos casos todos os anos, apesar das ações de prevenção.
Uma delas é a Lei 11.970, aprovada pelo Congresso Nacional em 2009 e que obriga a instalação de uma cobertura nas partes móveis dos motores das embarcações para proteger os ocupantes. Um programa coordenado pela Marinha faz a instalação gratuita da cobertura. A estimativa, no entanto, é que cerca de 60 mil pequenas embarcações não cadastradas naveguem sem o equipamento e podem ser verdadeiras armadilhas ambulantes.
A reportagem, conduzida pelo jornalista Adriano Faria com produção de Anderson Mendanha, também destaca as iniciativas para ajudar as vítimas, como os mutirões de cirurgias plásticas e as casas de apoio para mulheres escalpeladas, que se submetem a um longo tratamento. Elas têm que superar outros desafios, conta Franciane Santos, que perdeu o couro cabeludo, a orelha esquerda e a pálpebra do olho esquerdo quando tinha cinco anos:
— Ser vítima de escalpelamento não é fácil devido à discriminação. Percebo quando a pessoa está me olhando de outra maneira. Eu já vi pessoas rindo de mim, do jeito que eu sou. Eu evito até olhar para as pessoas.
* reportagem especial originalmente veiculada em 18/11/2016
1ª parte
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2ª parte
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