STF nega novo pedido para adiar depoimento de Cachoeira — Rádio Senado

STF nega novo pedido para adiar depoimento de Cachoeira

LOC: COM A DECISÃO DO SUPREMO DE NÃO ADIAR O DEPOIMENTO DO CONTRAVENTOR CARLOS RAMOS NA CPI MISTA, INTEGRANTES DA COMISSÃO NÃO DESCARTAM A POSSIBILIDADE DE ELE PERMANECER CALADO. 

LOC: O RELATOR DA CPI REITEROU QUE VAI TRABALHAR COM OUTRAS PROVAS CONTRA O BICHEIRO E OS ENVOLVIDOS NO ESQUEMA DE CORRUPÇÃO DE CARLINHOS CACHOEIRA. A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN. 

(Repórter) Desta vez, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, negou o pedido da defesa do contraventor Carlos Ramos ao manter para esta terça-feira o depoimento dele à CPI Mista do Cachoeira. Apesar de a Comissão ter liberado o acesso dos advogados aos documentos sigilosos em poder da CPI, a defesa alegou falta de tempo para analisar mais de 90 mil arquivos de áudio com gravações feitas pela Polícia Federal e de 15 mil páginas dos inquéritos das Operações Vegas e Monte Carlo. Em resposta, Celso de Mello afirmou que não cabia mais adiar o depoimento porque a CPI permitiu a consulta a toda documentação. Diante da negativa do Supremo, a advogada Dora Cavalcanti antecipou que Cachoeira não vai responder às perguntas dos parlamentares. 

(Dora Cavalcanti) É muito provável que se o direito de defesa não for implementado na prática, ele não poderá se manifestar. A CPI aprovou a convocação de outras 56 pessoas, adiou sem problemas o depoimento dos procuradores para depois do dia 31 e está insistente apenas na urgência de ouvir o nosso cliente sem querer respeitar adequadamente o tempo assegurado pelo Supremo. 

(Repórter) O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo, do PMDB da Paraíba, minimizou a decisão da defesa de Cachoeira de orientá-lo a permanecer calado no depoimento. 

(Vital do Rêgo) É um direito dele. Espero que ele possa vir e colaborar para se apresentar na condição de acusado e colaborador da CPI. Agora não posso sair da minha condição e invadir o direito de outrem. 

(Repórter) O relator da CPI, deputado Odair Cunha, do PT de Minas Gerais, argumentou que a Comissão possui outros meios para investigar o esquema do contraventor que não seja sua confissão. 

(Odair Cunha) É dar continuidade à investigação. Nós temos outros elementos e instrumentos de investigação: a quebra de sigilo, a oitiva de outras pessoas envolvidas. Vamos nos dedicar a outros meios de produção de provas. 

(Repórter) O depoimento de Cachoeira exigirá um esquema de segurança especial. O acesso à sala da CPI será restrito aos parlamentares e a assessores previamente credenciados. Apesar de não usar algemas dentro do Senado, ele ficará sob a vigilância de dois policiais federais durante toda a sessão.
21/05/2012, 09h36 - ATUALIZADO EM 21/05/2012, 09h36
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