Soldados da Borracha pedem equiparação aos ex-combatentes da II Guerra — Rádio Senado

Soldados da Borracha pedem equiparação aos ex-combatentes da II Guerra

LOC: OS SOLDADOS DA BORRACHA NÃO CONCORDAM COM AS MUDANÇAS FEITAS PELA CÂMARA NA PEC QUE RECONHECE SEUS DIREITOS. 

LOC: EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, ELES PEDIRAM EQUIPARAÇÃO AOS EX-COMBATENTES DA SEGUNDA GUERRA. A REPORTAGEM É DE IARA FARIAS BORGES:  

(Repórter) 55 mil brasileiros, a maior parte nordestina, integraram um verdadeiro Exército durante a Segunda Guerra Mundial para produzir borracha na Amazônia: são os chamados soldados da borracha. A constituição de 1988 reconheceu o mérito dos ex-combatentes e concedeu a eles, entre outros direitos, pensão equivalente a de segundo-tenente das Forças Armadas. E aos soldados da borracha, pensão de dois salários mínimos, o que hoje equivale a 1.356 reais. Eles reivindicam, no entanto, a equiparação. A Proposta de Emenda Constitucional concede prêmio de 25 mil reais e estabelece a pensão em 1.500 reais, mas desvincula este benefício do salário mínimo. O relator da matéria na CCJ, senador Aníbal Diniz, do PT do Acre, destacou que os seis mil Soldados da Borracha vivos não concordam com a PEC: 

(Aníbal Diniz) “Esta proposta de desvincular do salário Mínimo é a que tem tido a maior reação dos Soldados da Borracha. Que a gente pudesse tratar daquilo que está em pauta, daquilo que a gente pode, de alguma maneira, contribuir para que se avance nessa discussão”. 

(Repórter) O líder do Governo no Senado, Eduardo Braga, do PMDB do Amazonas, observou que a desvinculação vai prejudicar essas pessoas e apelou ao Governo para que não tome esta medida: 

(Eduardo Braga) “Esses homens e mulheres que estão até hoje no interior da Amazônia, estão morrendo, estão acabando. Não há um aumento desse número, pelo contrário, esse número só diminui.Tirar deles a vinculação do Salário Mínimo, sinceramente, eu acho muito injusto”. 

(Repórter) Ao argumentar falta de recursos orçamentários, o representante da Casa Civil, Ivo Correia, recomendou a aprovação da PEC: 

(Ivo Correia) “Nós temos a PEC aqui no Senado como uma possibilidade concreta de ser aprovada e ser efetivada. Pode não ser o ideal? Pode. O meu medo é que, em busca do ideal, a gente trave esse debate e perca mais uns anos nisso”. 

(Repórter) Caso a PEC seja modificada no Senado, voltará ao exame da Câmara dos Deputados.
05/12/2013, 05h20 - ATUALIZADO EM 05/12/2013, 05h20
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