Sistema de capitalização da reforma da Previdência é criticado em debate — Rádio Senado
CDH

Sistema de capitalização da reforma da Previdência é criticado em debate

O sistema de capitalização proposto na PEC da Reforma da Previdência (PEC 6/2019) foi um dos pontos criticados em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado. O senador Paulo Paim (PT-RS) também criticou as mudanças no Benefício de Prestação Continuada, o BPC.

25/02/2019, 13h31 - ATUALIZADO EM 25/02/2019, 14h00
Duração de áudio: 02:11
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência pública para debater proposta do governo de reforma previdenciária.

Mesa:
presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), João Domingos;
representante da Federação Nacional dos Ttrabalhadores do Judiciário Federal (Fenajufe) e CSP-Conlutas, Saulo Arcangeli;
diretor de Formação Sindical e Relações Intersindicais da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), Francelino das Chagas Valença Junior;
presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS);
assessor Especial da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), Paulo Penteado;
diretor de Assuntos Legislativos da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Paulo da Cunha Boal.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: O SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO PROPOSTO NA REFORMA DA PREVIDÊNCIA FOI UM DOS PONTOS MAIS CONDENADOS EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO. LOC: AS MUDANÇAS NO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA, O BPC, E A RETIRADA DE RECURSOS DA SEGURIDADE TAMBÉM FORAM OBJETOS DE CRÍTICA NA CDH. A REPORTAGEM É DE MARCELA DINIZ. (Repórter) Duras críticas à Reforma da Previdência durante debate na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado. Para o representante da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital, Francelino Valença Júnior, a proposta representa o desmonte da Previdência Social. (Francelino Valença Júnior) Eu acho que o pessoal ainda não entendeu, não é Reforma, não. É o desmonte da Previdência Social, é o fim do pouco do Estado de bem-estar social que ainda temos em nosso país. (Repórter) Saulo Arcangeli, representante da Central Sindical e Popular, Conlutas, criticou, entre outros pontos, a proposta de capitalização incluída na PEC da Reforma. Ele citou como exemplo negativo o Chile, que migrou, no início da década de 80, do sistema de repartição para o de capitalização da Previdência. (Saulo Arcangeli) O governo tem interesse de entregar a Previdência aos bancos, aos fundos de pensão. No Chile, 91% das pessoas que se aposentam ganham a metade de um salário mínimo por causa da implementação, durante a ditadura de Pinochet, dessa capitalização. (Repórter) Outro ponto criticado por Arcangeli e também pelo presidente da CDH, senador Paulo Paim, do PT gaúcho, foi a mudança no Benefício de Prestação Continuada, o BPC: (Paulo Paim) Hoje a lei diz que, com 65 anos, você provando que não têm como se manter, fruto lá do Estatuto do Idoso, você tem direito a um salário mínimo. Eles jogaram para 70. [Arcangeli: para 70 anos, aumentou cinco anos] e acham que 400 reais dá para você viver dos 60 anos aos 70. (Repórter) João Domingos, da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil, disse que os reais privilégios a serem combatidos são os do sistema financeiro e que o governo, antes de propor uma Reforma sobre os benefícios dos trabalhadores, deveria fechar o que chamou de “ralos” da Previdência, entre eles, a DRU, Desvinculação de Receitas da União, que permite retirar até 30% de recursos da Seguridade Social para aplicação em outras áreas: (João Domingos) Corrigir o ralo da corrupção, o ralo da sonegação, da isenção fiscal, o ralo da DRU e, só depois, é que se teria o mínimo de legitimidade para avançar no bolso do trabalhador. (Repórter) A Comissão de Direitos Humanos vai ouvir também o Secretário Especial de Previdência, Rogério Marinho, sobre as mudanças nas regras de aposentadoria. PEC 6/2019

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