Senadores lamentam morte de Dom Pedro Casaldáliga — Rádio Senado
Memória

Senadores lamentam morte de Dom Pedro Casaldáliga

Senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Paulo Paim (PT-RS) lamentaram a morte de dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Félix do Araguaia, no último sábado (8), em Mato Grosso, aos 92 anos. Ele nasceu na Catalunha, na Espanha, em 1928 e se mudou para o Brasil aos 40 anos. Atuou por décadas em São Félix do Araguaia, no Xingu, e se notabilizou pela defesa dos povos indígenas e dos brasileiros mais pobres, como um dos principais nomes da Teologia da Libertação. Na década de 1970, ajudou a fundar o Conselho Indigenista Missionário e a Comissão Pastoral da Terra. Na ditadura militar, dom Pedro chegou a ser ameaçado de expulsão do Brasil, e só não o foi por intervenção do papa Paulo VI. Os detalhes com o repórter Pedro Pincer, da Rádio Senado.

10/08/2020, 18h35 - ATUALIZADO EM 10/08/2020, 19h36
Duração de áudio: 02:49
Dom Pedro Casaldáliga.
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Transcrição
LOC: SENADORES LAMENTAM MORTE DE DOM PEDRO CASALDÁLIGA. LOC: ELE FICOU CONHECIDO PELA DEFESA DOS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS E PELO COMBATE À VIOLÊNCIA NO CAMPO. REPÓRTER PEDRO PINCER: TÉC: Morreu neste sábado, aos 92 anos, dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Félix do Araguaia, em Mato Grosso. Ele nasceu na Catalunha, na Espanha, em 1928 e se mudou para o Brasil aos 40 anos. Atuou por décadas em São Félix do Araguaia, no Xingu, e se notabilizou pela defesa dos povos indígenas e dos brasileiros mais pobres. Foi um dos principais nomes da Teologia da Libertação. Na década de setenta, ajudou a fundar o Conselho Indigenista Missionário e a Comissão Pastoral da Terra. Na ditadura militar, dom Pedro chegou a ser ameaçado de expulsão do Brasil, e só não o foi por intervenção do Papa Paulo Sexto. Além da atuação pastoral, ficou conhecido pela produção literária, tanto de poesias quanto de manifestos, artigos, cartas e obras com cunho político ou de temas ligados a espiritualidade, publicadas no Brasil e no exterior. O senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, disse que Dom Pedro será sempre um farol e destacou a trajetória do religioso. (Randolfe Rodrigues) Ser o que se é, falar o que se crê, crer no que se prega, viver o que se proclama até as últimas consequências. Trecho de Dom Pedro Casaldáliga, que diz o que ele era. Alguém que acreditava firmemente nas suas convicções e levava essas convicções até os último instante na defesa dos mais fracos e dos oprimidos. (Rep) O presidente da Comissão de Direitos Humanos, senador Paulo Paim, do PT gaúcho, diz qual será a herança de Dom Pedro Casaldáliga. (Paulo Paim) Seu legado de vida estará sempre com todos nós, que acreditamos na democracia nas liberdades, nas políticas humanitárias, em investimento na saúde, na educação, na segurança, na habitação, enfim qualidade de vida. Ele queria, como nós temos que querer um mundo mais justo e solidário.. (REP): Na apresentação do disco Missa dos Quilombos, feito em parceria com Milton Nascimento em 1982, dom Pedro diz que está na hora de cantar o Quilombo que vem vindo: está na hora de celebrar a Missa dos Quilombos, em rebelde esperança, com todos "os Negros da África, os Afros da América, os Negros do Mundo, na Aliança com todos os Pobres da Terra”. (Trecho Milton Nascimento) Da Rádio Senado, Pedro Pincer.

Ao vivo
00:0000:00