Senadores comentam possibilidade de impeachment e CPI para investigar Bolsonaro — Rádio Senado
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Senadores comentam possibilidade de impeachment e CPI para investigar Bolsonaro

Novo pedido de impeachment de Jair Bolsonaro deve ser protocolado pelo líder da oposição no Senado,  Randolfe Rodrigues (REDE-AP). O documento alega o cometimento de pelo menos dois crimes de responsabilidade relatados pelo ex-ministro da Justiça e Cidadania, Sérgio Moro. O vice-líder do Governo, senador Chico Rodrigues (DEM-RR), disse que o pedido de afastamento do presidente está sendo motivado pelo calor do momento da saída do ex-ministro e este não seria o papel do Parlamento. O senador Alessandro Vieira (CIDADANIA-SE) defende a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar os relatos de Moro e deve apresentar uma representação contra Bolsonaro na Procuradoria-Geral da República. O presidente fez um pronunciamento à nação no final da tarde para se defender das acusações. A reportagem é de Marcella Cunha, da Rádio Senado.

24/04/2020, 18h51 - ATUALIZADO EM 24/04/2020, 19h17
Duração de áudio: 02:52
O presidente da República, Jair Bolsonaro, faz Pronunciamento no Palácio do Planalto
Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Transcrição
LOC: OPOSIÇÃO AVISA QUE VAI APRESENTAR NOVO PEDIDO DE IMPEACHMENT CONTRA JAIR BOLSONARO APÓS REVELAÇÕES DE SÉRGIO MORO. LOC: SENADORES TAMBÉM AVALIAM POSSIBILIDADE DE CRIAR CPI PARA APURAR AS DENÚNCIAS E DE UMA REPRESENTAÇÃO À PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA. TÉC: Antes do anúncio da saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Cidadania, a Câmara dos Deputados já acumulava 24 pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, aguardando arquivamento ou prosseguimento. Após as declarações do ex-ministro, o líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, anunciou uma nova solicitação de impeachment baseada no cometimento de pelo menos dois crimes previstos no Código Penal. (Randolfe) Diante destes graves acontecimentos, não nos resta outra alternativa a não ser protocolar o pedido de afastamento do Presidente da República pelo crime de responsabilidade em interferir nas ações da polícia federal e por ter cometido falsidade ideológica. (REP) Além de Randolfe, o documento será assinado pelo senador Fabiano Contarato, da Rede Sustentabilidade do Espírito Santo, e pela deputada Joenia Wapichana, da Rede Sustentabilidade de Roraima. De acordo com Moro, Bolsonaro pretendia ter acesso a relatórios de investigações em andamento da Polícia Federal, o que configura o crime de advocacia administrativa. Na avaliação dos senadores, ele também teria cometido o crime de falsidade ideológica ao assinar um documento declarando que o próprio Maurício Valeixo teria pedido sua exoneração do comando da Polícia Federal, o que segundo Moro não é verdade. Para o vice-líder do Governo, senador Chico Rodrigues, do Democratas de Roraima, este não é o momento para pedidos de impeachment. (Chico) Essa história de pedir impeachment do presidente, isso é um absurdo. É o calor exatamente da saída do Sérgio Moro, que concordo ninguém é insubstituível, mas obviamente que tem desdobramentos, agora o que não é possível é onde já tem fogo jogarem gasolina dentro, isso é um absurdo, principalmente o Parlamento. (REP) Além do afastamento do Presidente da República, senadores estudam a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar os fatos relatados por Moro. O senador Alessandro Vieira, do Cidadania de Sergipe, também deve entrar com uma representação ao Procurador Geral da República, Augusto Aras. (Alessandro) É importante que o Congresso Nacional, especialmente o Senado, não se omita nessa hora. E isso pode acontecer de várias formas, através de uma CPI, através de um pedido de impeachment diretamente, ou através e um representação ao Procurador Geral da República. Essas providências são necessárias e deverão ser tomadas. Isso preciso ser realizado urgentemente. (REP) A presidente da Comissão de Constituição e Justiça, senadora Simone Tebet, do MDB de Mato Grosso do Sul, afirmou em suas redes sociais que Moro tem histórico para que suas declarações sejam levadas a sérios e, se comprovadas, podem caracterizar crime de responsabilidade. Um convite para que Moro compareça à CCJ para detalhar essas declarações foi apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues. Da Rádio Senado, Marcella Cunha LOC: EM PRONUNCIAMENTO NO FINAL DA TARDE, O PRESIDENTE JAIR BOLSONARO SE DEFENDEU DAS ACUSAÇÕES. ELE DISSE QUE NÃO FEZ QUALQUER TENTATIVA DE INTERFERIR EM INVESTIGAÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL, NEM PEDIU PARA TER ACESSO A RELATÓRIOS SIGILOSOS SOBRE INQUÉRITOS. LOC: AO LADO DE MINISTROS, BOLSONARO DISSE QUE O AGORA EX-MINISTRO DA JUSTIÇA COLOCOU O EGO ACIMA DOS INTERESSES DO PAÍS.

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