Projeção da IFI aponta recuo de 6,5% para economia em 2020
Economia deve recuar 6,5% em 2020 e os déficits deverão se acumular por mais dez anos. É o que diz o novo relatório fiscal da Instituição Fiscal Independente. O estudo aponta ainda que execução de gastos reservados para o enfrentamento à pandemia está em 28%. O diretor-executivo da IFI, Felipe Salto, afirmou que a discussão sobre a sustentabilidade fiscal no pós-crise precisa entrar na agenda do Executivo e do Congresso. A reportagem é de Bruno Lourenço, da Rádio Senado.
Transcrição
LOC: ECONOMIA DEVE RECUAR SEIS E MEIO POR CENTO EM 2020 E OS DÉFICITS DEVERÃO SE ACUMULAR POR MAIS DEZ ANOS.
LOC: É O QUE DIZ O NOVO RELATÓRIO FISCAL DA INSTITUIÇÃO FISCAL INDEPENDENTE. ESTUDO APONTA AINDA QUE EXECUÇÃO DE GASTOS RESERVADOS PARA O ENFRENTAMENTO À PANDEMIA ESTÁ EM 28%. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO.
(Repórter) O cenário base previsto pela Instituição Fiscal Independente no relatório de maio previa uma queda de 2,2% na economia para este ano. Num cenário mais pessimista a redução seria de 7,5%. Mas agora, em junho, de posse de novos dados e um retrato mais preciso dos efeitos da pandemia, a IFI estima uma recessão de 6,5% para 2020, podendo atingir 10,2% em um pior cenário. A queda na arrecadação e o aumento de gastos com as medidas de socorro a trabalhadores e empresas indicam ainda que o déficit nas contas públicas só deverá ser zerado daqui a dez anos. O diretor-executivo da IFI, Felipe Salto, afirmou que a discussão sobre a sustentabilidade fiscal no pós-crise precisa entrar na agenda do Executivo e do Congresso.
(Felipe Salto) Mas o essencial é que a partir do ano que vem esse déficit já possa voltar para um patamar mais normal. Pelas nossas projeções, se as despesas realizadas durante a crise não transbordarem para o ano que vem o que a gente vai ver é um déficit que passa de 13 para casa de 4% do PIB, aproximadamente. Ainda é um déficit elevado mas expressivamente menor.
(Repórter): Felipe Salto explica que se o governo gasta mais do que arrecada, a dívida pública aumenta. E que ela poderia chegar a mais do que o próprio Produto Interno Bruto brasileiro ainda neste ano. A IFI estima que os juros consumirão 4,4% do PIB em 2020, número que poderia ser bem maior caso a taxa Selic não estivesse em queda. O relatório da Instituição Fiscal Independente apontou ainda que a execução dos gastos no enfrentamento da covid-19 é baixa, 28%.