Programa de rádio mais antigo do país, A Voz do Brasil faz 85 anos — Rádio Senado
A Voz do Brasil

Programa de rádio mais antigo do país, A Voz do Brasil faz 85 anos

O programa A Voz do Brasil completa 85 anos nesta quarta-feira (22). Criado em 1935, o noticiário começou como programa nacional, passou a ser chamado em 1938 de Hora do Brasil e, finalmente, em 1971, foi batizado como A Voz do Brasil. Ainda hoje, em muitas localidades o programa é uma das principais fontes de informação. “Vocês não sabem como é um sujeito lá na Amazônia brasileira, ligar um radinho e poder, através da Voz do Brasil, se ligar ao brasil, se ligar ao mundo. Isso é cidadania”, opina o senador Márcio Bittar (MDB-AC). O programa de rádio mais antigo do país também passou por transformações de conteúdo e na forma como os ouvintes podem sintoniza-lo. Os dez minutos do Jornal do Senado, por exemplo, podem ser acompanhados em podcast, pelo celular ou tablet. Com produção de Samara Sadeck, as informações com o repórter Alexandre Campos.

21/07/2020, 17h11 - ATUALIZADO EM 22/07/2020, 12h06
Duração de áudio: 05:33

Transcrição
O PROGRAMA VOZ DO BRASIL COMPLETA 85 ANOS NESTA QUARTA-FEIRA. DESDE A SUA CRIAÇÃO, EM 1935, DURANTE O GOVERNO DO PRESIDENTE GETÚLIO VARGAS, O NOTICIÁRIO PASSOU POR DIVERSAS TRANSFORMAÇÕES, A MAIS RECENTE EM 2018, QUANDO O HORÁRIO DE TRANSMISSÃO FICOU MAIS FLEXÍVEL. A REPORTAGEM É DE ALEXANDRE CAMPOS. Téc: Se hoje, a transmissão de A Voz do Brasil é obrigatória e o programa pode ir ao ar das 7 às 10 da noite, a depender da conveniência da emissora que o retransmite, quando foi criado, o noticiário não era obrigatório e o horário de início era às 6 e 45, com duração de 45 minutos. Essa foi uma das várias mudanças que o mais antigo programa de rádio do Brasil sofreu ao longo dos seus 85 anos. Inicialmente, era chamado ‘Programa nacional’. Em 1938, foi batizado com o nome Hora do Brasil e, somente em 1971, ficou conhecido como A Voz do Brasil. Outra curiosidade é que o programa, quando foi criado, não tinha apenas o objetivo de divulgar as notícias do Poder Executivo, sendo usado também para a promoção da cultura nacional, por meio da execução de músicas. Foi apenas por uma lei de 1962, quando já ia ao ar obrigatoriamente das 7 às 8 da noite, que as notícias do Congresso Nacional passaram a ser veiculadas na segunda meia hora do noticiário. Nem mesmo a marca registrada de A Voz do Brasil, a ópera O guarani, do compositor Carlos Gomes, ficou de fora das mudanças. (Sobe Som O Guarani) A música que abre o programa desde sua criação foi substituída, nos anos de 1970, pelo hino da independência (Sobe Som Hino da Independência). Quando voltou, passou a ser executada de forma estilizada, em outros ritmos. Curiosidades à parte, o fato é que A Voz do Brasil continua sendo o programa de rádio que leva a todos os cantos do país as notícias do Executivo, do Legislativo, do Judiciário e do Tribunal de Contas da União. Testemunha disso é o senador Márcio Bittar, do MDB do Acre. Nascido em São Paulo, ele, na adolescência, já trabalhava com o pai numa propriedade rural em Sena Madureira. Bittar conta que, no final dos anos de 1970, as notícias do país e do mundo só chegavam na fazenda por meio de um aparelho sintonizado na Radiodifusora Acriana e na Voz do Brasil. (márcio bittar) “Vocês não sabem como é um sujeito lá na Amazônia brasileira, ligar um radinho e poder, através da Voz do Brasil, se ligar ao brasil, se ligar ao mundo. Isso é cidadania. É o que vocês levam para o Brasil inteiro e, particularmente, para uma região tão longe, grande e incompreendida, como é a Amazônia brasileira”. (rep) Também da região norte, o senador Plínio Valério, do PSDB do Amazonas, concorda com a opinião de Márcio Bittar. Segundo ele, A Voz do Brasil continua sendo o único veículo que leva informações do trabalho dos três poderes da república para quem vive naquela região (plínio valério) “A gente quando chega num lugar pra pescar, para visitar, eles dizem, ‘te ouvi na Voz do Brasil’. De vez em quando, consegue se comunicar, eu vi ontem na Voz do Brasil. Então a Voz do Brasil é extremamente importante para a comunicação e para o resgate social que tem que ter” (rep) E quem já tem acesso ao celular ou ao tablet pode ouvir, por exemplo, os dez minutos do Jornal do Senado dentro da Voz do Brasil sem precisar sintonizar o rádio. Isso porque esses aparelhos permitem acompanhar essas notícias por meio de podcast. A Rádio Senado foi a primeira a oferecer o serviço. A inovação, segundo o senador Carlos Viana, do PSD de Minas Gerais, facilita o acesso ao programa, amplia a audiência e dá mais transparência ao que acontece no Senado. (Carlos Viana) “O que nós queremos é que os brasileiros tenham informação de qualidade, para que nós possamos combater as chamadas fake news, as notícias falsas, que hoje incomodam tanto a nossa população, da maneira certa, informando corretamente o eleitor, o contribuinte brasileiro, sobre as propostas que estão sendo trazidas, as discussões que nós, senadores, estamos levando para o futuro do brasil (Rep) Ao saudar os 85 anos do programa, a senadora Zenaide Maia, do Pros do Rio Grande do Norte, destacou o diferencial do Jornal do Senado. (zenaide) “Porque mostra a atuação de todos os parlamentares, sem distinção ou preferências”. (rep) e Carlos Viana lembrou a importância do programa para a história da comunicação e do país. (Carlos Viana) “a voz do brasil é uma das vozes mais importantes na história brasileira em levar até as pessoas o que está acontecendo no país. Tantos e tantos anos, desde Getúlio vargas, desde um tempo em que apenas o rádio era o único meio de informação, a voz do brasil tem colaborado e escrito uma grande história da comunicação em nosso país (Rep) A Voz do Brasil vai ao ar de segunda a sexta-feira, exceto nos dias de feriado nacional. Os primeiros 25 minutos são destinados ao Poder Executivo. Em seguida, vem o Judiciário, ocupando 5 minutos da grade. O jornal do Senado tem a duração de 10 minutos, e os últimos 20 minutos são dedicados às notícias da Câmara dos Deputados. O minuto do Tribunal de Contas da União vai ao ar às segundas, quartas e sextas-feiras, e ocupa, nesses dias, 60 segundos da grade de programação destinada, respectivamente, à Câmara dos Deputados, ao Poder Executivo e ao Jornal do Senado. As emissoras são obrigadas a retransmitir o programa entre 7 e 10 da noite. A proposta de flexibilização do horário foi aprovada em 2018. Da Rádio Senado, Alexandre Campos.

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