República foi movimento longe do povo, diz historiador — Rádio Senado
História

República foi movimento longe do povo, diz historiador

No próximo dia 15 de novembro completam-se 130 anos da Proclamação da República no Brasil. Para o professor de história Antônio Barbosa, o movimento que aconteceu em 1889 não esteve voltado para conjunto da população. Mais informações com Lívia Torres, da Rádio Senado.

11/11/2019, 17h18 - ATUALIZADO EM 11/11/2019, 17h25
Duração de áudio: 02:04
Reprodução / Benedito Calixto (1853-1927)

Transcrição
LOC: PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA NO BRASIL COMPLETA 130 ANOS. LOC: O MOVIMENTO, QUE ACONTECEU EM 15 DE NOVEMBRO DE 1889, FOI LIDERADO PELO MARECHAL DEODORO DA FONSECA. A REPORTAGEM É DE LÍVIA TORRES: TÉC: A proclamação da República no Brasil, em 15 de novembro de 1889, foi resultado de um levante militar que marcou a retirada da monarquia do poder. O movimento liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca pretendia derrubar apenas o gabinete do primeiro-ministro, Visconde de Ouro Preto, mas a proclamação de um novo regime foi feita por receio de represália do então governo monárquico contra os republicanos. O professor de história, Antônio Barbosa, conta detalhes sobre o movimento, que completa 130 anos em 2019: (Sonora Antônio) “Foi um golpe de estado, comandado por militares que a partir de então passaram a exercer uma influência direta no transcurso do regime republicano. A primeira república foi por definição antirrepublicana, na medida que ela não se volta para o conjunto da população” (Rep) O professor Barbosa indica que Deodoro da Fonseca foi, na verdade, forçado a liderar o movimento, já que não era uma figura proeminente nas causas republicanas: (Sonora Antônio) “Ele tinha uma relação de amizade profunda com Dom Pedro II, portanto o Marechal Deodoro da Fonseca não pode ser identificado como um republicano histórico, mas foi empurrado por setores militares para que ele comandasse a mudança no regime”. (REP) O governo de Deodoro da Fonseca durou somente dois anos. Ele renunciou ao cargo por conta da Primeira Revolta da Armada, movimento de rebelião promovido por unidades da Marinha contra o governo. O primeiro período republicano brasileiro, após o governo de Deodoro e do segundo presidente, Floriano Peixoto, ficou caracterizado pela alternância de poder entre os grupos econômicos dos estados de São Paulo e Minas Gerais, na chamada política do café com leite. A situação só mudaria em 1930 com a chegada de Getúlio Vargas ao poder. Sob supervisão de Rodrigo Resende, da Rádio Senado, Lívia Torres.

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