Presidente da CDH aprova reabertura de investigação sobre a morte de Vladimir Herzog — Rádio Senado
Direitos humanos

Presidente da CDH aprova reabertura de investigação sobre a morte de Vladimir Herzog

O Ministério Público de São Paulo vai retomar as investigações sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog, torturado e morto em 1975, no período da ditadura militar. A decisão vem depois de o Estado brasileiro ter sido condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por omissão ao não punir os responsáveis pelo crime. A senadora Regina Sousa, do PT do Piauí e presidente da Comissão de Direitos Humanos, acredita que essa nova apuração já deveria ter acontecido há muitos anos, uma vez que a versão do governo militar de que o jornalista teria se suicidado não é razoável. Ela espera que agora a verdade venha à tona. A reportagem é de Larissa Bortoni, da Rádio Senado.

01/08/2018, 16h42 - ATUALIZADO EM 01/08/2018, 16h42
Duração de áudio: 01:35
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: A REABERTURA DAS INVESTIGAÇÕES SOBRE O ASSASSINATO DO JORNALISTA VLADIMIR HERZOG CHEGA TARDE, MAS É A OPORTUNIDADE DE CONHECER A VERDADE SOBRE O CRIME. LOC: ESSA É A ANÁLISE DA PRESIDENTE DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO. REPÓRTER LARISSA BORTONI. (Repórter) O Ministério Público de São Paulo vai retomar as investigações sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog, torturado e morto em 1975, no período da ditadura militar. A decisão vem depois de o Estado brasileiro ter sido condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por omissão ao não punir os responsáveis pelo crime. A senadora Regina Sousa, do PT do Piauí e presidente da Comissão de Direitos Humanos, acredita que essa nova apuração já deveria ter acontecido há muitos anos, uma vez que a versão do governo militar de que o jornalista teria se suicidado não é razoável. Ela espera que agora a verdade venha à tona. (Regina Sousa) Eu digo sempre. Justiça ainda que tarde. Já está tarde, mas, pelo menos, vai reestabelecer a verdade. Eu acho que o Brasil está precisando é disso. De recontar a sua história. Reestabelecendo a verdade. (Repórter) Além disso, a senadora Regina Sousa defende que outros casos do período da ditadura também sejam reinvestigados. (Regina Sousa) Tem mais de 400 pessoas desaparecidas. As famílias merecem esclarecer onde estão essas pessoas. (Repórter) No dia 24 de outubro de 1975, Vladimir Herzog, que tinha 38 anos, apresentou-se para depor na sede do DOI/CODI, em São Paulo. O jornalista foi torturado e morto. No dia seguinte, saiu a informação de que Herzog havia se suicidado. Essa versão foi sempre contestada pela família. A Corte Interamericana de Direitos Humanos entendeu que a morte do jornalista deve ser considerada como crime contra a humanidade.

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