Orçamento de 2018 prevê aumento de gastos com a dívida pública — Rádio Senado
Economia

Orçamento de 2018 prevê aumento de gastos com a dívida pública

O aumento nos gastos com o pagamento da dívida pública no Orçamento da União de 2018 vai diminuir os investimentos do governo. As despesas com o pagamento de juros, encargos e rolagem da dívida pública interna vão subir de R$ 1 trilhão 285 bilhões em 2017 para R$ 1 trilhão 778 bilhões em 2018. Isso significa um aumento de gastos com os encargos financeiros de R$ 493 bilhões em um orçamento que vai crescer apenas R$ 70 bilhões. O senador Hélio José (PROS-DF), um dos sub-relatores do Orçamento de 2018, defende que o governo reduza a dívida pública e cobre os devedores da Previdência Social para viabilizar um aumento de investimentos.

20/12/2017, 19h41 - ATUALIZADO EM 20/12/2017, 20h04
Duração de áudio: 02:51
Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) realiza reunião extraordinária. 

Mesa: 
relator-geral do Projeto de Lei Orçamentária Anual - LOA 2018, deputado Cacá Leão (PP-BA); 
presidente da CMO, senador Dário Berger (PMDB-SC);
secretário da comissão.

Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
LOC: O AUMENTO NOS GASTOS COM A DÍVIDA PÚBLICA NO ORÇAMENTO DE 2018 VAI DIMINUIR OS INVESTIMENTOS DO GOVERNO. LOC: SAIBA POR QUE, NA REPORTAGEM DE CARLOS PENNA BRESCIANINI. TÉC: O ano de 2017 foi o primeiro em que a Comissão de Orçamento teve de se adaptar à nova limitação constitucional de teto de gastos. Assim, com o aumento das despesas com a dívida pública, várias outros gastos tiveram de ser reduzidos. O presidente da Comissão de Orçamento, senador Dário Berger, do PMDB de Santa Catarina, acha que em algum momento o país terá que modificar a regra que congela por vinte anos os gastos do governo: (BERGER) Como o sistema é um sistema inflexível, a impressão que eu tenho é que isso pode se transformar numa bomba que pode estourar num curto prazo nas nossas mãos mesmas. Certamente nós vamos nos deparar com uma situação bastante complexa, que isso vai necessitar um ajuste dessa PEC que nós estabelecemos. (REP) Em 2017, o orçamento da União foi de 3 trilhões e 505 bilhões de reais. Para 2018, o Orçamento deverá ser de 3 trilhões e 575 bilhões, um aumento de 70 bilhões apenas para compensar a inflação. Entretanto, os juros, encargos e rolagem da dívida interna subiram de 1 trilhão, 285 bilhões em 2017 para 1 trilhão, 778 bilhões de reais em 2018, mais de 493 bilhões. O senador Hélio José, do PROS do Distrito Federal, que foi um dos sub-relatores do Orçamento, defende que o governo reduza a dívida pública e cobre os devedores da Previdência Social. Seria uma maneira de garantir dinheiro para investimentos: (HÉLIO) Tem uma dívida de cerca de 1,7 trilhão no final do ano, sendo que no ano passado já tinha pago 1,3 trilhão da dívida. É uma bola de neve onde a gente não percebe gestão. O que precisamos é fazer que os devedores paguem a conta. Nós comprovamos na CPI da Previdência que dos mais de 420 bilhões de dívida da Previdência e corrigidos chegam na ordem de 1 trilhão de reais que ao invés de cobrar, faz é REFIS. (REP): O senador Valdir Raupp, do PMDB de Rondônia, que foi relator setorial de transporte na comissão de orçamento, disse que o esforço fiscal é necessário e trará efeitos positivos. (RAUPP) Foi difícil. Foi difícil porque você tem de ajustar as contas públicas. E mesmo com esse ajuste nós tivemos um orçamento muito minguado, com dificuldade de atender os estados, as emendas parlamentares. Já tivemos anos melhores. Mas eu acredito que esse ajuste é importante e tudo indica que ano que vem teremos um ano de um crescimento maior. (REP): O item ‘outros gastos’, que inclui a maior parte dos investimentos e despesas gerais, foi o que mais sofreu cortes no orçamento de 2018. De 1 trilhão e 209 bilhões em 2017, foi reduzido para 771 bilhões em 2018. Uma perda de mais de 420 bilhões de reais. Da Rádio Senado, Carlos Penna Brescianini.

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