Não há estoque de cloroquina para covid-19, diz ministro da saúde — Rádio Senado
Pandemia

Não há estoque de cloroquina para covid-19, diz ministro da saúde

Segundo o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, não há mais cloroquina disponível para tratamento da covid-19 no país. O Conselho Federal de Medicina não recomenda o uso da cloroquina, que tem como  efeitos colaterais a redução dos glóbulos brancos, disfunção cardíaca e hepática. O ministro foi convidado pela comissão que acompanha as ações do Governo de combate à pandemia para falar sobre a distribuição de medicamentos e questionado pelo presidente do colegiado, senador Confúcio Moura (MDB-RO), se há excesso de produção do medicamento. De acordo com Pazuello, o estoque atual é suficiente para atender à demanda de 20% dos casos de malária.  Para a senadora Zenaide Maia (PROS-RN) não é possível falar em cura. A reportagem é de Marcella Cunha, da Rádio Senado.

14/08/2020, 19h37 - ATUALIZADO EM 14/08/2020, 19h41
Duração de áudio: 02:57
Reprodução de trecho da participação do Ministério da Saúde em comissão do Senado.
Reprodução / TV Senado

Transcrição
LOC: O ESTOQUE DE CLOROQUINA PARA COVID-19 ESTÁ ZERADO SEGUNDO O MINISTRO INTERINO DA SAÚDE, EDUARDO PAZUELLO. LOC: ELE PARTICIPOU DE UMA REUNIÃO SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS NA COMISSÃO MISTA QUE ACOPANHA AS AÇÕES DO GOVERNO PARA O ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA TÉC: Ao todo, o Governo já distribuiu 5 milhões e 284 mil doses de cloroquina para o tratamento de covid-19 em todo o país. Há ainda um estoque de 4 milhões de unidades produzidas pela Fiocruz, que aguardam negociação de preço. As informações foram passadas pelo ministro interino da saúde, Eduardo Pazuello, à comissão mista que acompanha as ações do Governo para combater o coronavírus. O senador Confúcio Moura, do MDB de Rondônia, presidente da comissão, questionou o ministro se o medicamento foi produzido em excesso. (Confúcio) Há relatos, pela imprensa, de que há um hiperestoque de cloroquina, de que foi feita uma compra superdimensionada. Essa cloroquina, mesmo sendo distribuída para os Estados, fica a critério dos médicos a sua prescrição. E o vencimento dos estoques de cloroquina? O que fazer com esses estoques de cloroquina? (REP) Segundo Pazuello, a cloroquina está em falta e o Governo não consegue atender a uma demanda de mais de um milhão e seiscentas doses solicitadas por estados e municípios. O ministro afirma que atualmente só há reservas no SUS para 20% dos casos de malária. (Pazuello) Nosso estoque hoje, no Ministério da Saúde, é zero, é zero! Ponto. Não temos nem um comprimido para atender as demandas. Nós temos uma reserva de 300 mil itens apenas para deter a malária guardados, o que representa algo em torno de 20% do que eu preciso por ano para a malária. (REP) De acordo com o Ministério da Saúde, não foi possível atender nem 50% da demanda por cloroquina de secretarias de estados e municípios. Além do medicamento produzido no Brasil, o Governo dos Estados Unidos entregou dois milhões de doses. Mas segundo Pazuello, elas vieram em cartelas de 100 e precisam ser adaptadas para as quantidades permitidas no Brasil e, por isso, não estão sendo distribuídas. O Conselho Federal de Medicina não recomenda o uso da cloroquina, que tem como efeitos colaterais a redução dos glóbulos brancos, disfunção cardíaca e hepática. Para a senadora Zenaide Maia, do PROS do Rio Grande do Norte, que é médica, não é possível falar em cura. (Zenaide) Eu, particularmente, como médica infectologista, acho que as condutas isoladas entre o Governo Federal, os Estados e os Municípios atrapalharam, porque se criou muita expectativa: medicamento tal, cura, tal, tal... A gente sabe que medicamento para curar virose praticamente não existe. (REP) Em sua live semanal, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que a Anvisa vai simplificar o processo de compra da cloroquina, dispensando a retenção de uma das vias da receita. A medida havia sido adotada para evitar a compra indiscriminada do medicamento, já que cada receita só pode ser utilizada uma única vez. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

Ao vivo
00:0000:00