Morte de Dorothy Stang completa 10 anos — Rádio Senado

Morte de Dorothy Stang completa 10 anos

LOC: SENADORA VANESSA GRAZZIOTIN ACREDITA QUE O PAÍS AVANÇOU NA LUTA CONTRA A VIOLÊNCIA NO CAMPO, MAS ADMITE QUE É PRECISO AVANÇAR MAIS PARA EVITAR TRAGÉDIAS COMO A QUE RESULTOU NA MORTE DE DOROTHY STANG.  

LOC: ESSE 12 DE FEVEREIRO MARCOU DEZ ANOS DO ASSASSINATO DA MISSIONÁRIA NORTE-AMERICANA EM ANAPU, NO SUDOESTE DO PARÁ. REPÓRTER NILO BAIRROS: 

TÉC: Dorothy Stang foi executada com seis tiros em fevereiro de 2005, no interior de Anapu, cidade próxima à Rodovia Transamazônica, no Pará. A freira norte-americana tinha 73 anos e atuava na defesa do meio ambiente e das comunidades exploradas por madeireiros e donos de terra. Dos cinco envolvidos no crime, apenas um cumpre sentença em prisão fechada. E um deles, condenado a 30 anos, aguarda em liberdade o julgamento de recurso no Superior Tribunal de Justiça. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra, movimento ligado à Igreja católica, desde a morte de Dorothy Stang 325 pessoas foram assassinadas em todo o Brasil por causa de conflitos no campo, e quase 70% dessas ocorrências aconteceram na Amazônia. Também segundo a Comissão, o problema maior é que apenas 8,5% dos casos foram concluídos pela justiça, o que aumenta a sensação de impunidade e o medo entre os movimentos sociais, trabalhadores rurais e posseiros. A senadora Vanessa Grazziotin, do PC do B do Amazonas, acredita que o poder público está mais presente na região atualmente, mas admite que é preciso avançar mais para evitar episódios como o da execução de Dorothy Stang: 

(Vanessa) Se nós compararmos o que é hoje o Brasil em relação à sua própria relação com os produtores rurais, posseiros, nós vamos ver quer houve uma melhora sim, no sentido de diminuir essa violência, mas essa melhora tem ser bem mais significativa. E geralmente que comete o crime de matar uma pessoa, um agricultor é o mesmo que comete o crime de extrair ilegalmente a madeira, a riqueza natural, principalmente na floresta amazônica, não é? 

Repórter: O assentamento Esperança, que Dorothy Stang ajudou a fundar, ganhou, nesses dez anos, melhor infraestrutura e um terreno maior. Ele faz parte de uma rede chamada de “Projeto de Desenvolvimento Sustentável”, em que é permitido explorar sem prejudicar a floresta e produzir em 20% da área. Segundo o Incra, órgão federal que controla o uso da terra, houve também redução de ocupações indiscriminadas e de comercialização ilegal de propriedades na região.
12/02/2015, 04h36 - ATUALIZADO EM 12/02/2015, 04h36
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