Lewandowski decide se valer do chamado "poder de polícia" para evitar que parte jurídica vire embate político — Rádio Senado
Julgamento do Impeachment

Lewandowski decide se valer do chamado "poder de polícia" para evitar que parte jurídica vire embate político

27/08/2016, 01h07 - ATUALIZADO EM 27/08/2016, 01h07
Duração de áudio: 02:08
Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa extraordinária para votar a Denúncia 1/2016, que trata do julgamento do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff por suposto crime de responsabilidade. 

Em pronunciamento, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski. 

Foto: Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: SENADORES CONCORDAM QUE FIM DE DISCUSSÕES NO PLENÁRIO AGILIZA O PROCESSO PARA A OITIVA DE DILMA ROUSSEFF. LOC: PRESIDENTE DO SUPREMO DECIDIU SE VALER DO CHAMADO “PODER DE POLÍCIA” PARA EVITAR QUE PARTE JURÍDICA DO JULGAMENTO VIRE EMBATE POLÍTICO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. (Repórter) Diante dos embates políticos, que comprometeram o andamento da fase do interrogatório das testemunhas, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, usou o chamado “poder de polícia” para suspender a fala dos senadores. O magistrado se valeu desse mecanismo até para impedir discussões mais acaloradas entre os senadores pró-impeachment e os aliados de Dilma Rousseff. A senadora Simone Tebet do PMDB de Mato Grosso do Sul disse que Lewandowski teve que ser mais rigoroso porque os colegas insistiam em dar caráter político à fase mais jurídica do processo, que é a oitiva das testemunhas. (Simone Tebet) Acima de tudo, o presidente do Supremo percebeu que pode exercer o seu poder de polícia. Ele não é só presidente do Supremo aqui e ele estava com muito dedo e tato querendo preservar o Poder Legislativo enquanto poder independente. Mas ele percebeu que essa é uma Casa política. Ele tem que exercer o poder de polícia, que é um termo técnico, que não tem nada a ver com exagero e abuso de poder, e assumir a função também de presidente do Senado colocar ordem na Casa e não deixar as divagações políticas. Se não, os senadores tomam conta. (Repórter) O senador Jorge Viana do PT do Acre, por sua vez, se valeu da articulação política para assegurar a realização dos interrogatórios. Acompanhado do líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima da Paraíba, convenceu parlamentares dos dois lados a acalmarem os ânimos diante das discussões com troca de acusações. (Jorge Viana) Foi um momento lamentável nesse processo, que é muito delicado e muito tensionado. Temos que estar vigilantes o tempo inteiro para que os excessos não se repitam. Mas não é fácil. Mas acho que houve compreensão de colegas que se sentiram até agredidos. E a bancada, que junto comigo defende a presidente Dilma, acho que a gente também acertou em adotar uma medida de maior colaboração. (Repórter) Além do interrogatório, o julgamento final prevê ainda a vinda de Dilma Rousseff para se defender no Plenário, o debate entre acusação e defesa e a votação do possível afastamento definitivo da petista.

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