José Sarney afirma ser contra legalização — Rádio Senado

José Sarney afirma ser contra legalização

LOC: O PRESIDENTE DO SENADO, JOSÉ SARNEY, DO PMDB DO AMAPÁ, DISSE NESTA TERÇA, EM ENTREVISTA, SER CONTRÁRIO À LEGALIZAÇÃO DOS BINGOS. LOC: SARNEY SE POSICIONOU A ESSE RESPEITO POIS DEPUTADOS DEFENDEM O FUNCIONAMENTO DAS CASAS DE JOGOS DE AZAR COMO ALTERNATIVA A UM NOVO IMPOSTO PARA FINANCIAR Para evitar a criação de uma nova fonte de recursos para a saúde, como a extinta CPMF, um grupo de deputados defende a aprovação da proposta que legaliza os bingos no país. As casas de jogos de azar foram proibidas em 2003 por ocasião da denúncia de que o ex-assessor da Casa Civil, Waldomiro Diniz, recebia propina de empresários do setor. Desde então, a Câmara dos Deputados discute um projeto que visa permitir o funcionamento das casas de bingos. O deputado Sílvio Torres afirmou que a liberação das máquinas de caça-níquel poderá aumentar a arrecadação em 10 bilhões de reais por ano, dinheiro que, segundo ele, poderia ser destinado para bancar despesas na área da saúde. Mas o presidente do Senado, José Sarney, do PMDB do Amapá, foi categórico ao comentar a discussão da Câmara. (Sarney) Sou contra a legalização dos jogos e dos bingos. (rep) Também o senador Magno Malta, do PL do Espírito Santo, se posicionou contrariamente à legalização dos bingos e jogos de azar. (Malta) Bingo no Brasil tem 15% de honestos que mexeram acreditando na Lei Pelé. O resto é lavagem de dinheiro. O Brasil tem as fronteiras abertas e no dia que legalizarmos o bingo, seremos do paraíso da contravenção do mundo. Esses R$ 10 bilhões não valem os problemas a serem causados no país com viciados e aposentados gastando dinheiro e com o que vai acontecer de contravenção nos bingos. Ainda se fossem R$ 50 bilhões não valeria a pena abrir uma atividade que é porta-aberta para a contravenção. (rep) Já o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, senador Demóstenes Torres, do Democratas de Goiás, afirmou que o jogo clandestino não pode continuar. Mas defendeu uma discussão sobre a legalização com o controle feito pela Caixa Econômica Federal. (Demóstenes) Se for do jeito que está ai, sou contra. Isso é uma bagunça. Todo lugar, cada boteco ter máquina. Não se trata de viciados. Há uma máfia. Agora uma coisa é regulamentar, dar para a Caixa Econômica, tirar isso da mão de bandido. Isso pode acontecer. O Brasil é o único país que não permite o jogo deste nível. Mas bagunçado do jeito que é e tocado por criminoso, isso é inaceitável. Rep: Durante audiência pública em março na Câmara dos Deputados, representantes do governo federal também se posicionaram contra a legalização dos bingos. Segundo técnicos da Receita Federal, não há mecanismos para controlar a arrecadação das casas de bingos. Por outro lado, os defensores do projeto argumentam que a liberação dos jogos de azar vão resultar na geração de 100 mil empregos, além de 10 bilhões de reais em impostos.
17/11/2010, 03h41 - ATUALIZADO EM 17/11/2010, 03h41
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