Governo e oposição divergem na avaliação sobre a alta recente do dólar — Rádio Senado
Economia

Governo e oposição divergem na avaliação sobre a alta recente do dólar

A moeda norte-americana, o dólar, atingiu na quarta-feira (09) a cotação de R$ 3,60; uma alta acumulada de quase 10% neste ano. O líder da minoria no Senado, senador Humberto Costa (PT-PE), avalia que a disparada do dólar é consequência de equívocos da equipe econômica ao citar o aumento do endividamento e baixo crescimento do país. Mas o líder do governo, senador Romero Jucá do (PMDB-RR), declara que o Brasil tem reservas cambiais e inflação baixa para enfrentar a valorização do dólar. Jucá admite, no entanto, que as incertezas do cenários das eleições contribuem para o aumento da moeda norte-americana. Ao lembrar que a valorização do dólar ocorre em todo o mundo, o senador Armando Monteiro (PTB-PE) pondera que os exportadores brasileiros vão ganhar enquanto os empresários e consumidores pagarão mais caro por equipamentos e produtos.

11/05/2018, 12h44 - ATUALIZADO EM 11/05/2018, 16h10
Duração de áudio: 02:13
MARCELLOCASAL-ABR/brasil.gov.br/

Transcrição
LOC: SENADORES DA OPOSIÇÃO AVALIAM QUE A DISPARADA DO DÓLAR MOSTRA INSEGURANÇA DE INVESTIDORES NA ECONOMIA BRASILEIRA. LOC: MAS PARLAMENTARES GOVERNISTAS DIZEM QUE A ALTA DA MOEDA NORTE-AMERICANA NÃO IMPACTARÁ MUITO NO BRASIL DEVIDO ÀS RESERVAS CAMBIAIS E À INFLAÇÃO BAIXA. REPÓRTER HERICA CHRISTIAN. (Repórter) O dólar ultrapassou R$ 3,60, uma cotação recorde nos últimos dois anos. De janeiro a maio, a moeda norte-americana acumula uma valorização de 8,56%. Para o líder da minoria, senador Humberto Costa do PT de Pernambuco, o aumento do câmbio se deve a erros da equipe econômica. (Humberto Costa) Eu vejo com preocupação. Isso é uma demonstração da falta de confiança que esse governo tem despertado nos investidores internacionais. Apesar de o Brasil ter um grande colchão de reservas construído durante o governo Lula, ainda sim acho que há um risco de termos uma fuga de capitais e vivermos uma situação de instabilidade grave. (Repórter) O líder do governo, senador Romero Jucá do PMDB de Roraima, destacou que o Brasil tem condições de enfrentar a valorização do dólar com as reservas cambiais de US$ 370 bilhões bem diferente da Argentina, que recorreu ao Fundo Monetário Internacional. Mas admitiu que as incertezas nas eleições brasileiras também contribuem para a alta do dólar. (Romero Jucá) Estamos vivendo um momento que preocupa por conta da falta de clareza das eleições de 2018. E isso leva a uma perspectiva de diminuição do ritmo de investimento. Mas o Brasil não parou. Estamos crescendo. (Repórter) Ao comentar que a valorização do dólar é mundial, o senador Armando Monteiro do PTB de Pernambuco afirmou que os exportadores brasileiros ganharão ao mesmo tempo em que os empresários e consumidores nacionais sentirão o impacto dessa alta. (Armando Monteiro) Tem o lado bom porque você aumenta a renda do setor exportador. Mas tem o lado ruim também porque grande parte das importações corresponde à importação de bens de capital, de máquinas. Isso encarece os investimentos. E muitas vezes também alguns insumos que são utilizados na produção doméstica. Por exemplo, o pão, um produto de primeira necessidade, a farinha de trigo é em grande medida importada. (Repórter) A alta do dólar deverá interromper a trajetória de redução da taxa básica de juros. O Banco Central deverá manter a Selic em 6,5% ao ano para amortecer o aumento da inflação.

Ao vivo
00:0000:00