Gerente operacional da Vale disse que confiava na segurança da barragem em Brumadinho — Rádio Senado
CPI de Brumadinho

Gerente operacional da Vale disse que confiava na segurança da barragem em Brumadinho

O gerente operacional da Vale, Rodrigo Artur Gomes de Melo, foi ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). Ele afirmou que não tinha atribuição de monitorar a segurança do complexo. Na avaliação do relator, senador Carlos Viana (PSD-MG), o rompimento da barragem em Brumadinho, que matou cerca de 300 pessoas e causou danos ambientais, deve-se à omissão dos diretores. Para o senador Otto Alencar (PSD-BA), tanto a Vale como seus diretores e gerentes são assassinos e devem ser punidos.

16/05/2019, 13h44 - ATUALIZADO EM 16/05/2019, 14h21
Duração de áudio: 02:15
CPI de Brumadinho (CPIBRUM) realiza coleta de depoimentos com funcionários da Vale S.A. 

Mesa:
advogado do depoente, Leonardo Guimarães Salles;
gerente-executivo operacional da Vale no complexo minerário Paraopeba, Rodrigo Artur Gomes de Melo (depoente);
presidente da CPIBRUM, senadora Rose de Freitas (Pode-ES); 
relator da CPIBRUM, senador Carlos Viana (PSD-MG).

Foto: Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: O GERENTE OPERACIONAL DA VALE, RODRIGO ARTUR GOMES DE MELO, AFIRMOU QUE NÃO ERA RESPONSÁVEL PELA SEGURANÇA DA BARRAGEM DE BRUMADINHO E QUE NÃO SABIA DOS RISCOS DE ROMPIMENTO. LOC: ELE PRESTOU DEPOIMENTO NA CPI DO SENADO QUE INVESTIGA O CASO. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. (Repórter) Em documento entregue pela Vale à Agência Nacional de Mineração, Rodrigo Artur Gomes de Melo consta como gerente geral, responsável pela operação do complexo, informou o relator da CPI de Brumadinho, senador Carlos Viana, do PSD de Minas Gerais. Na avaliação senador, o rompimento da barragem que matou cerca de 300 pessoas e causou danos ambientais, deve-se à omissão dos diretores. (Carlos Viana) “Ninguém se mexeu em relação a isso. Resultado: a barragem se rompeu. É inexplicável, não o rompimento da barragem porque está explicado aqui. Todo mundo graduado, todo mundo bem pago, todo o processo elogiado, todo mundo batendo palmas entre si e a barragem rompe e mata. Omissão. Isso é o que precisa ser punido de maneira exemplar, senhor Rodrigo”. (Repórter) Ao afirmar que não tinha a atribuição de monitorar a segurança do complexo, Rodrigo Melo disse confiava na segurança da barragem. (Rodrigo Melo) “A minha atribuição era fazer a gestão operacional da lavra, do beneficiamento e do embarque de minérios. A atribuição de fazer o monitoramento, o controle, a auditagem e a inspeção era de uma área técnica, que não era a minha atribuição. E eu gostaria também de saber o que aconteceu porque, para mim, aquela estrutura estava segura”. (Repórter) O senador Otto Alencar, do PSD da Bahia, observou que Rodrigo Melo era responsável pela Barragem de Mariana e depois do seu rompimento foi transferido para Brumadinho. Na visão do senador Otto, Rodrigo Melo e outros diretores são culpados pela tragédia e devem ser punidos. (Otto Alencar) “A Vale é uma empresa criminosa e seus dirigentes são tão criminosos quanto à Vale, inclusive o senhor. Porque eu considero o senhor um assassino e a Vale é uma empresa assassina. Ela matou em Mariana e matou em Brumadinho”. (Repórter) O senador Jorge Kajuru, do PSB de Goiás, observou que os depoentes têm atribuído a culpa a técnicos que morreram na tragédia. (Kajuru, 12): “A impressão é que, como a Vale é poupada, os diretores são poupados, não são culpados, os culpados, de repente estão mortos. E a gente precisaria fazer uma CPI em sessão espírita”. (Repórter) O gerente executivo de geotecnia operacional da Vale, Joaquim de Toledo não compareceu à CPI e será reconvocado.

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