Funai e entidades indígenas apoiam demarcação da Terra Maró — Rádio Senado

Funai e entidades indígenas apoiam demarcação da Terra Maró

LOC: REPRESENTANTES DA FUNAI E DE ENTIDADES INDÍGENAS APOIAM A DEMARCAÇÃO DA TERRA MARÓ, NO OESTE DO ESTADO DO PARÁ. 

LOC: ELES PARTICIPARAM DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NESTA QUARTA-FEIRA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA, COMO INFORMA A REPÓRTER NARA FERREIRA. 

(REPÓRTER): A terra indígena Maró, delimitada em outubro pela Funai, está localizada no município de Santarém, região do baixo Tapajós. De acordo com a Funai, a área tem 42 mil hectares e é habitada pelos povos Borari e Arapium. Os indígenas reivindicavam a delimitação da reserva desde o ano 2000, mas registros históricos indicam a presença dos índios desde o século dezessete. Rosane de Matos, da Comissão Nacional Permanente da Articulação dos Povos Indígenas, criticou o tratamento do poder público aos índios no Brasil.

(ROSANE): nós somos os verdadeiros brasileiros, e estamos sendo tratados de uma forma desrespeitosa pelo estado brasileiro... povos indígenas do Brasil, nós só temos uma via hoje, o tribunal de Haia.

(REPÓRTER): O senador Paulo Paim, do PT gaúcho, presidente da Comissão de Direitos Humanos, defendeu a posição dos indígenas.

(PAULO PAIM): tem uma frase aqui que diz muito e o pessoal usa: a questão indígena não dá voto, mas a causa é muito maior que os votos, por isso uma salva de palma a vocês e a todos os que lutam pelos povos indígenas...

(REPÓRTER): Francisca Picanço, representando a Funai, disse que a demarcação da área Maró está ameaçada devido à decisão da Justiça Federal em Santarém. Segundo relatório da Funai, a extração ilegal de madeira impede que os indígenas tenham acesso ao seu território. 

(FRANCISCA): o relatório aponta ainda a presença de grileiros, madeireiros e produtores agrícolas na terra indígena, apesar da extensão territorial necessária para a busca da caça, os indígenas não percorrem mais todo o espaço antes utilizado para as caçadas porque temem a ação dos madeireiros e grileiros.

(REPÓRTER): A Funai aguarda a publicação do relatório no diário oficial do Pará, para dar continuidade ao processo de demarcação da terra indígena. E o Ministério da Justiça deverá analisar o relatório em até sessenta dias para decidir sobre a demarcação.
09/11/2011, 00h32 - ATUALIZADO EM 09/11/2011, 00h32
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