Frente Ambientalista discute desmatamento e atuação militar na Amazônia — Rádio Senado
Meio Ambiente

Frente Ambientalista discute desmatamento e atuação militar na Amazônia

A Frente Parlamentar Ambientalista promoveu uma reunião remota nesta quarta-feira (17) para discutir o plano de combate ao desmatamento na Amazônia. O vice-presidente da República e responsável pelo Conselho da Amazônia, Hamilton Mourão, precisou adiar sua participação no debate. A coordenadora da Frente Ambientalista, senadora Eliziane Gama (CIDADANIA-MA) chamou a atenção para a atuação militar na Amazônia após decreto da Garantia da Lei e da Ordem  (GLO). A reportagem é de Marcella Cunha.

17/06/2020, 14h21 - ATUALIZADO EM 17/06/2020, 14h21
Duração de áudio: 02:09
Maycon Castro/Sema

Transcrição
LOC: O DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA FOI TEMA DE REUNIÃO DA FRENTE PARLAMENTAR AMBIENTALISTA NESTA QUARTA-FEIRA. LOC: ESPECIALISTAS CRITICARAM A ATUAÇÃO DE MILITARES NA REGIÃO E CHAMARAM A ATENÇÃO PARA O AUMENTO DOS CASOS DE DESMATAMENTO NO ÚLTIMO ANO. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA TÉC: Senadores e deputados debaterem o plano de combate ao desmatamento na Amazônia. O vice-presidente da República e responsável pelo Conselho da Amazônia, Hamilton Mourão, cancelou a participação no debate, e será ouvido em outra oportunidade. Os especialistas chamaram a atenção para o aumento do desmatamento no último ano, que chegou a 171% segundo dados do Imazon. A representante do Observatório do Clima e ex-presidente do Ibama, Suely Vaz, criticou a atuação das Forças Armadas no combate ao desmatamento após o decreto da Garantia da Lei e da Ordem, a GLO. (SUELY) Dois meses de GLO, 120 milhões paga o salário de mil fiscais do Ibama, é o déficit do Ibama pra todo o Brasil. Os militares eles não podem lavar um auto de infração, não podem embargar, não podem queimar os equipamentos. Como você bota comandando alguém que não tem competência lega para aplicar as penalidades? (REP) A coordenadora da Frente Ambientalista, senadora Eliziane Gama, do Cidadania do Maranhão, destacou a preocupação com o que chamou de ‘atuação quase permanente’ da GLO na Amazônia. (Eliziane) É muito surreal esse Governo. Aquele servidor que está trabalhando na defesa do meio ambiente ele é punido com a demissão. (REP) O idealizador do projeto MapBiomas, Tasso Azevedo, apresentou dados que mostram 1.734 municípios tiveram desmatamento em 2019, a grande maioria ilegais. (Tasso) A conclusão que a gente chega é que mais de 99% de todos os alertas de 2019 ou não tinham autorização ou estavam sobre áreas protegidas e não poderiam ser desmatadas. Portanto 99% dos desmatamentos com fortes indícios de ilegalidade, o que torna o desmatamento essencialmente uma atividade ilegal hoje. (REP) Também participou do debate o senador Jacques Wagner, do PT da Bahia, o vice-presidente do Instituto Democracia e Sustentabilidade, João Paulo Capobianco e o fundador da consultoria Imazon, Betto Veríssimo.

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