Falta de investimento em ciência é causa de perda de cérebros do Brasil — Rádio Senado
Audiência pública

Falta de investimento em ciência é causa de perda de cérebros do Brasil

A falta de investimentos e a burocracia na aprovação de projetos científicos resultam na fuga de cérebros para outros países e impedem o desenvolvimento do Brasil. As observações foram feitas em audiência pública, que discutiu o assunto na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado (CCT). O senador Cristovam Buarque (PPS – DF), que pediu a audiência, lamentou que o governo não priorize a Ciência para manter os cérebros no país.

25/10/2017, 12h32 - ATUALIZADO EM 25/10/2017, 13h47
Duração de áudio: 02:13
Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) promove audiência interativa para tratar a fuga de capital humano do Brasil e oportunidades de “circulação de cérebros”.
  
Mesa:
diretor-geral do Projeto I-2030, Tadao Takahashi;
diretor-presidente da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec), Roberto Nicolsky;
presidente eventual da CCT, senador Cristovam Buarque (PPS-DF);
assessora da presidência da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Denise Neddermeye;
presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Mario Neto Borges.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: A FALTA DE INVESTIMENTOS E A BUROCRACIA NA APROVAÇÃO DE PROJETOS CIENTÍFICOS RESULTAM NA FUGA DE CÉREBROS PARA OUTROS PAÍSES E IMPEDEM O DESENVOLVIMENTO DO BRASIL. LOC: AS OBSERVAÇÕES FORAM FEITAS EM AUDIÊNCIA PÚBLICA, QUE DISCUTIU O ASSUNTO NA COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES: (Repórter) A Expressão “Fuga de cérebros” refere-se à emigração de profissionais qualificados em busca de melhores condições em outros países. E o corte drástico no orçamento da ciência, tecnologia e inovação, a partir de 2016, contribuiu para essa evasão, informou o presidente do CNPq, Mário Borges. Quando há recursos, disse, o brasileiro se destaca, ao citar o reconhecimento da professora Celina Turchi, da Fiocruz de Pernambuco, uma das dez personalidades da ciência mundial pela revista britânica Nature, por seu trabalho sobre o vírus zika e a microcefalia. ( Mário Borges) “O Brasil foi capaz de equacionar o problema do vírus da zika com apenas dois anos de pesquisa e investimento em cima disso. Nós somos bons, no Brasil, em futebol e ciência. Só que futebol não precisa de dinheiro, agora, ciência precisa”. (Repórter) O senador Cristovam Buarque, do PPS do Distrito Federal, que pediu a audiência, lamentou que o governo não priorize a Ciência para manter os cérebros no país. (Cristovam Buarque) “A Alfândega não deixa sair pedras preciosas, mas deixa sair cérebros de cientistas e, é óbvio, que a gente não vai impedir com força. A gente tem que pensar o que está acontecendo que eles estão indo embora e fazer com que eles queiram ficar aqui”. (Repórter) A injustiça social é a segunda causa de emigração de cientistas, informou o diretor do Projeto I-2030, Tadao Takahashi. (Tadao Takahashi) “Na verdade, o problema do cientista, ou do engenheiro, ou do médico que quer sair, não é só de carreira. É o entorno social no qual ele vive e que vai ficando intolerável e vai fazendo com que ele comece a pensar que exista algum lugar melhor onde ele pode conciliar a vida pessoal com a vida profissional”. (Repórter) E o senador Omar Aziz, do PSD do Amazonas, criticou a descontinuidade das pesquisas. (Omar Aziz) “Nós não podemos mudar uma meta estabelecida para 20-30 anos. O problema é que muda governo, muda política. Não dá para se mudar de política conforme a cabeça do governante de plantão”. (Repórter) Cristovam Buarque vai requerer uma discussão aprofundada do tema no Plenário do Senado.

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