Fake news e impacto nas eleições de 2018 são debatidos no Senado
O Plenário do Senado promoveu, nesta quarta-feira (21), uma sessão de debates temáticos sobre o impacto das Fake News nas eleições de 2018. O autor do requerimento, senador Telmário Mota (PTB-RR), disse que é preciso entender o padrão de disseminação das noticias falsas que podem comprometer o debate eleitoral. Os participantes chamaram a atenção para a necessidade de responsabilizar, além dos autores das informações falsas, as plataformas tecnológicas que hospedam e distribuem esses conteúdos. A reportagem é de Marcella Cunha, da Rádio Senado.
Transcrição
LOC: O SENADO PROMOVEU UMA SESSÃO DE DEBATES TEMÁTICOS PARA DISCUTIR AS FAKE NEWS E O IMPACTO NAS ELEIÇÕES DE 2018.
LOC: OS PARTICIPANTES DEFENDERAM A RESPONSABILIZAÇÃO DE QUEM DISSEMINA NOTÍCIAS FALSAS E A IMPORTÂNCIA DO JORNALISMO PROFISSIONAL. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA.
(Repórter) A sessão temática sobre fake news e as eleições de 2018 aconteceu a pedido do senador Telmário Mota, do PTB de Roraima. Ele afirmou que é preciso entender o padrão de disseminação de notícias falsas para evitar intervenções ilegais no debate eleitoral, como aconteceu em outros países, como Estados Unidos e França.
(Telmário Mota) “Que cada um tenha o zelo e o cuidado de um bom jornalismo para fazer as filtragens necessárias e impedir que uma falsa informação possa destruir de forma talvez irreversível a dignidade, o caráter de uma pessoa.”
(Repórter) O ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Tarcísio Vieira, afirmou que as fake news estão entre os três principais desafios do TSE nas próximas eleições, junto com o financiamento eleitoral e a impressão do voto.
(Tarcísio Vieira) “Se não para banir esse fantasma das eleições, algo que seria, a meu sentir pessoal, praticamente impossível, pelo menos para diminuir ao máximo essas tentativas mais grosseiras de desnaturação da boa informação que deve subsidiar sempre as escolhas políticas conscientes e refletidas por parte do eleitorado.”
(Repórter) Essas serão as primeiras eleições em que será permitido o impulsionamento de conteúdos eleitorais na internet, desde que estejam devidamente classificados como propaganda eleitoral. O presidente da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão, Paulo Tonet Camargo, chamou a atenção para a necessidade de responsabilizar não apenas o autor das notícias falsas, mas também quem as distribui, como as plataformas tecnológicas. Segundo ele, essa seria a única forma de defesa contra as notícias falsas, aliada ao jornalismo profissional.
(Paulo Tonet Camargo) “Não há forma de certificação melhor para a notícia do que o jornalismo. Porque este jornalista tem cara e endereço e e-mail publicado e pode ser responsabilizado se errar.”
(Repórter) Além da responsabilização das plataformas, o promotor de Justiça do Distrito Federal, Frederico Ceroy, apresentou como mecanismos de defesa a educação da população sobre como analisar a veracidade de uma informação e a atuação do Legislativo, citando a Alemanha como exemplo a ser seguido.
(Frederico Ceroy) “Fake news não é simplesmente aquilo que aparece no feed de notícias nosso. Fake news que abala a eleição, que abala a democracia é um movimento coordenado que, muitas vezes, está por debaixo dos panos e nós não estamos vendo.”
(Repórter) O presidente do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional, Murillo de Aragão, informou que cerca de oito projetos de lei sobre fake news e o processo eleitoral estão sendo analisados pelos conselheiros, que devem apresentar um relatório nos próximos 30 dias. Essa foi uma orientação do presidente do Senado, Eunício Oliveira, durante a cerimônia de posse dos membros do Conselho em novembro do ano passado.