Ex-presidente do BNDES nega que banco tenha favorecido JBS e Odebrecht — Rádio Senado
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Ex-presidente do BNDES nega que banco tenha favorecido JBS e Odebrecht

O ex-presidente do BNDES, o economista Luciano Coutinho, negou em depoimento na CPI do BNDES que durante a gestão dele o banco tenha favorecido operações com empresas como JBS e Odebrecht. Coutinho ainda explicou os empréstimos feitos pelo BNDES para obras em outros países, como a construção do Porto de Mariel, em Cuba. O relator, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), indagou a razão de o BNDES financiar tantas obras em outros países. O senador Armando Monteiro (PTB-PE) saiu em defesa do banco e afirmou que o BNDES financia apenas a parte que é exportada pelo Brasil, como matérias-primas, e que a prioridade é por investimentos no Brasil. A CPI aprovou a quebra de sigilo destas operações.

25/10/2017, 18h59 - ATUALIZADO EM 25/10/2017, 20h07
Duração de áudio: 02:16
CPI do BNDES (CPIBNDES) realiza oitiva com o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

Mesa: 
ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Galvão Coutinho; 
presidente da CPIBNDES, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Waldemir Barreto / Agência Senado

Transcrição
LOC: O EX-PRESIDENTE DO BNDES NEGOU QUE DURANTE A GESTÃO DELE O BANCO TENHA FAVORECIDO OPERAÇÕES COM EMPRESAS COMO JBS E ODEBRECHT. LOC: LUCIANO COUTINHO AINDA EXPLICOU OS EMPRÉSTIMOS FEITOS PELO BNDES PARA OBRAS EM OUTROS PAÍSES. A CPI APROVOU A QUEBRA DE SIGILO DESTAS OPERAÇÕES, COMO INFORMA A REPÓRTER PAULA GROBA. TÉC: Presidente do BNDES entre os anos de 2007 e 2015, Luciano Coutinho esclareceu à CPI os procedimentos para se adquirir um financiamento no banco. Segundo ele, qualquer proposta de financiamento passa pela consulta de no mínimo dois colegiados e, em geral, a proposta é analisada por cerca de 50 pessoas das áreas técnica e jurídica, antes de ser aprovada. Coutinho negou que tenha recebido pedidos ilícitos do então ministro da Fazenda, Guido Mantega, de reuniões com dirigentes de empresas como JBS e Odebrecht. (COUTINHO) O ministro nunca me fez nenhum pedido ilícito que tivesse vinculado a nenhum projeto do banco. Nunca recebi da parte do ministro nenhum pedido de forma nenhuma. (Rep) O relator, senador Roberto Rocha, do PSDB do Maranhão, indagou o porquê de o banco financiar tantas obras em outros países, como Venezuela, Moçambique e Cuba. (ROBERTO) A Odebrecht fez o porto de Cuba, a Odebrecht recebe aqui, mas aí há uma lógica evidente. Cuba não ia pagar. Venezuela também não paga. (Rep) O senador Armando Monteiro, do PTB de Pernambuco, saiu em defesa do banco ao afirmar que o BNDES financia apenas a parte que é exportada pelo Brasil, como matérias-primas, e que a prioridade é por investimentos no Brasil. (ARMANDO) O BNDES é um banco, banco se pressupõe análise de projeto. Quando se apoia um empreendimento na Venezuela, isso não é um projeto concorrente com o projeto de infraestrutura no Brasil, porque naquele momento não há um projeto de infraestrutura no Brasil. (Rep) Ao pedir a aprovação de requerimentos para abertura de sigilos de operações de financiamento do BNDES a empresas com empreendimentos em outros países, o senador Lasier Martins, do PSD do Rio Grande do Sul, explicou que é preciso esclarecer essas operações à sociedade. (LASIER) Exportar empregos é uma coisa, agora mandar essa quantidade de recursos para países semiditatoriais e de risco de não receber, invés de avançarmos em tantas obras que nós carecemos, eu tenho uma total discordância. (Rep) A CPI aprovou requerimentos para abertura de sigilos das operações do banco no financiamento de obras na Argentina, Venezuela, Moçambique e Equador. Da Rádio Senado, Paula Groba.

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