Ex-presidente da CDH espera que colegiado continue dando voz às minorias — Rádio Senado
Direitos humanos

Ex-presidente da CDH espera que colegiado continue dando voz às minorias

Entre 2017 e 2018, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado promoveu 206 reuniões; 185 delas, audiências públicas. Os direitos de segmentos vulneráveis da sociedade, entre eles, a população LGBTI, foram debatidos em 27 audiências. Uma das participações marcantes foi a do primeiro homem trans operado do Brasil, o psicólogo, ativista e escritor, João Nery, que morreu em 26 de outubro de 2018.
15/01/2019, 14h45 - ATUALIZADO EM 15/01/2019, 15h56
Duração de áudio: 02:34
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: AS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SOBRE DIREITOS HUMANOS NA ÓTICA DE SETORES VULNERÁVEIS DA SOCIEDADE TIVERAM DESTAQUE NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA DO SENADO, NO BIÊNIO 2017-2018. LOC: EM UM DESSES DEBATES, O PSICÓLOGO JOÃO NERY, QUE MORREU EM OUTUBRO, COMPARTILHOU SUA HISTÓRIA, COMO O PRIMEIRO HOMEM TRANS DO BRASIL. REPÓRTER MARCELA DINIZ: TÉC: A população LGBTI é um dos segmentos mais expostos ao preconceito e à violência e, em 2018, a Comissão de Direitos Humanos do Senado promoveu audiências públicas para tratar das demandas específicas desse grupo. Em maio, houve debate sobre o combate à lgbtifobia e, em junho, uma reunião conjunta com a Comissão de Assuntos Sociais para discutir a cidadania e o envelhecimento dessa parcela da sociedade. Nesta última audiência, o psicólogo, ativista e escritor, João Nery, primeiro homem trans operado do Brasil, falou sobre o abandono, a falta de oportunidade e a baixa expectativa de vida das travestis e pessoas trans no Brasil: (João Nery) Somos expulsos de casa ainda menores de idade, a maioria; não temos direito a trabalho, ninguém dá trabalho a trans; a média de vida de uma travesti é de 35 anos de idade: ou ela morre de AIDS, de drogas, ou ela morre assassinada, que é o mais comum, ou suicídio, então, falar sobre a velhice trans é muito difícil. (Repórter) João Nery morreu quatro meses depois, em 26 de outubro, aos 68 anos. Sua fala no Senado foi, portanto, uma de suas últimas aparições públicas. Um projeto de lei que trata da identidade de gênero e que leva o nome do ativista está em debate na Câmara dos Deputados desde 2013. Além da questão LGBTI, a CDH abordou os direitos de outros grupos vulneráveis, como o das pessoas com deficiências, indígenas, quilombolas, idosos e mulheres, em 27 audiências públicas, entre 2017 e 2018. A ex-senadora Regina Sousa, que presidiu a CDH no biênio, espera que o colegiado continue sendo um espaço de diversidade e de visibilidade para problemas sociais: (Regina Sousa) Esta Comissão é para isso: para dar voz a quem não tem voz, visibilidade aos invisíveis, aos temas que o país não quer ver, por exemplo: população de rua. Ano que vem, 2020, tem Censo e o IBGE já disse que não vai contar a população de rua, mas tem que contar, são cidadãos brasileiros, tem que ter políticas para eles. Então, essa Comissão é para isso e espero que ela continue assim. (Repórter) Entre 2017 e 2018, a Comissão de Direitos Humanos promoveu 206 reuniões; 185 delas, audiências públicas interativas, transmitidas via portal e-cidadania. Além dos Direitos das minorias, tiveram destaque os debates sobre as Reformas Trabalhista e Previdenciária. Da Rádio Senado, Marcela Diniz. PL 5002/2013 (Lei João Nery)

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