Especialistas temem precarização com Nova Lei do Primeiro Emprego — Rádio Senado
Audiência pública

Especialistas temem precarização com Nova Lei do Primeiro Emprego

A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) debateu a Nova Lei do Primeiro Emprego, projeto (PL 5228/2019) de iniciativa do senador Irajá (PSD-TO). Especialistas temem que os benefícios concedidos ao empregador que der uma chance a quem não têm experiência retirem direitos do trabalhador, como a redução do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Para Irajá, todos precisam fazer sacrifícios para reduzir o desemprego entre os jovens, que já passa de 25% segundo o IBGE.  A reportagem é de Marcella Cunha, da Rádio Senado. Ouça o áudio com mais informações.

 

Veja a íntegra da audiência pública aqui.

21/11/2019, 13h51 - ATUALIZADO EM 21/11/2019, 15h43
Duração de áudio: 02:07
Comissão de Assuntos Sociais (CAS) realiza audiência pública interativa para instruir o Projeto de Lei 5.228 de 2019, que institui a Nova Lei do Primeiro Emprego, e dá outras providências.\r\rMesa:\rprocurador e coordenador nacional de Combate às Fraudes nas Relações de Trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPU), Tadeu Henrique Lopes da Cunha;\rrepresentante da Secretaria Especial de Desenvolvimento Social do Ministério da Cidadania (MC), Adeildo Nogueira da Silva;\rpresidente eventual da CAS, senador Irajá (PSD-TO), em pronunciamento;\rchefe da Divisão de Fiscalização do Trabalho Infantil e Igualdade de Oportunidades da Coordenação-Geral de Fiscalização do Trabalho do Ministério da Economia (ME), Erika Medina Stancioli;\rdiretora legislativa da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Viviane Maria Leite de Faria;\rdesembargador do Tribunal Regional do Trabalho de Curitiba (TRT9), Ricardo Tadeu Marques da Fonseca.\r\rFoto: Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: O ESTÍMULO AO PRIMEIRO EMPREGO NÃO JUSTIFICA A REDUÇÃO DE DIREITOS PARA O JOVEM TABALHADOR. LOC: É O QUE DEFENDERAM ESPECILIASTAS QUE PARTICIPARAM DE AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE O TEMA NA COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA (Repórter) A Comissão de Assuntos Sociais analisa um projeto que estimula a contratação de jovens, chamado de Nova Lei do Primeiro Emprego. Para o autor da iniciativa, senador Irajá, do PSD do Tocantins, é preciso diminuir a resistência para a entrada no mercado de trabalho de quem não tem experiência profissional. Para isso, a proposta reduz para dois os encargos do empregador que contratar o jovem: FGTS e o INSS com alíquotas reduzidas de até 2%. Porém, os especialistas convidados temem a precarização do emprego, como ressaltou o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho de Curitiba, Ricardo Tadeu da Fonseca, sobre a redução do FGTS. (Ricardo): Não se pode fazer esse estimulo à contratação com redução de direitos. O fundo de garantia não é um imposto, não é uma mera alíquota. Se nós reduzirmos o fundo de garantia desse jovem haverá uma redução salarial inconstitucional, com todo respeito. (Repórter) Mas, para o senador Irajá, não se pode falar em retirada de direitos quando o jovem é privado do direito trabalhista mais básico, o próprio emprego. (Irajá): Passa a ser uma coisa imaginária. Porque o que é a poupança de um jovem que não está trabalhando se ele não trabalha? Ele não tem poupança. É preferível ter 2% de um salário do que 8% do nada. Então, se não houver um sacrifício de todos, inclusive do jovem, nós vamos combater com eficiência esse mal que é o desemprego no país (Repórter) Irajá estima que as mudanças criem até dois milhões e 500 mil vagas de emprego formal para jovens. A modalidade especial só vale para quem estiver cursando faculdade ou ensino profissionalizante e não possuir vínculo de emprego anterior, com exceção de estagios. O contrato é de um ano, podendo ser prorrogado por mais um ano. O projeto está na Comissão de Assuntos Sociais, em decisão terminativa, com relatoria do senador Flávio Bolsonaro, do PSL do Rio de Janeiro. PL 5228/2019

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