Especialistas sugerem que Brasil invista em bioeconomia — Rádio Senado
Mudanças Climáticas

Especialistas sugerem que Brasil invista em bioeconomia

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) debateu em audiência pública os recursos financeiros para instruir a avaliação da Política Nacional de Mudança do Clima. Investimento em preservação ambiental como estratégica econômica e criação de um marco regulatório das mudanças climáticas foram sugeridas pelos especialistas que participaram da audiência. O presidente da CMA, senador Fabiano Contarato (Rede-ES), disse estar preocupado com as políticas ambiental e econômica do governo. Reportagem de Iara Farias Borges, da Rádio Senado.

12/09/2019, 15h30 - ATUALIZADO EM 12/09/2019, 19h44
Duração de áudio: 02:34
Comissão de Meio Ambiente (CMA) realiza audiência pública interativa para avaliar a Política Nacional de Mudança do Clima. 

Mesa:
professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ronaldo Seroa da Motta;
diretor do Instituto BVRio e Bolsa de Valores Ambientais, Beto Mesquista;
presidente da CMA, senador Fabiano Contarato (Rede-ES);
sócia-diretora da Fractal Assessoria e Desenvolvimento de Negócios, Linda Murasawa;
professor e diretor executivo do Representante de PUC-Rio e Climate Policy Initiative, Juliano Assunção.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
LOC: ESPECIALISTAS SUGEREM QUE O BRASIL PASSE A INVESTIR EM PRESERVAÇÃO AMBIENTAL COMO ESTRATÉGIA ECONÔMICA. LOC: EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE, TAMBÉM FOI SUGERIDA A CRIAÇÃO DE UM MARCO REGULATÓRIO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. (Repórter) O Brasil tem a maior floresta tropical do mundo e, pelas condições de solo e de clima, pode ter mais florestas. Além disso, a matriz energética brasileira é de baixa emissão de carbono. Essas características devem ser aproveitadas como estratégia de desenvolvimento econômico, disse o representante do Instituto BVRIO, Beto Mesquita. (Beto Mesquita) “A gente sai de um olhar do século XVIII, do século IXX, de aproveitamento direto, de uso direto do recurso, com degradação do recurso, para recuperação desses recursos, com aproveitamento estratégico, associado, intrinsecamente, ao desenvolvimento socioeconômico do nosso país”. (Repóter) Ao sugerir uma política de desmatamento, o representante da PUC-Rio, Juliano Assunção, disse que o país pode ganhar com o mundo que se preocupa com as mudanças climáticas. Para ele, questionar evidências científicas é um “tiro no pé”, que prejudica a economia do Brasil. (uliano Assunção) “O Brasil, talvez, seja o único país que consiga contribuir para essas duas agendas de segurança alimentar e mudança do clima de maneira tão óbvia. Esse deveria ser o pano de fundo e acho que, em vez de dar suas opiniões pessoais sobre se a Ciência está certa ou está errada, acho que a gente deveria pensar nos interesses nacionais e como que o Brasil deveria tirar proveito dessa posição privilegiada”. (Repórter) O presidente da Comissão de Meio Ambiente, senador Fabiano Contarato, da Rede Sustentabilidade do Espírito Santo, disse estar preocupado com as políticas do governo. (Fabiano Contarato) “Ele falha na fiscalização, falha na educação e falha, ainda, na legislação, na punição, porque nós temos uma legislação extremamente falha, benevolente, que não passa a sensação, mas a certeza da impunidade. O desmonte está muito claro e nós temos que estar aqui na Comissão de Meio Ambiente em defesa desse bem jurídico que transcende o Estado brasileiro”. (Repórter) O mercado vinculado ao meio ambiente, como o de crédito de carbono, deve ser regulado, sugeriu Ronaldo Seroa da Motta, representante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. ( Ronaldo Seroa da Motta) “Nós temos que ter o marco regulatório para ter um mercado criado por lei, ele tem que definir princípios, definir revisão, periodicidade, e a natureza fiscal dos direitos de emissão. Nós temos que ter uma integração com mercados subnacionais, das práticas de comercialização, e temos que ter um arranjo governamental em que ele vai apenas fazer o registro e vai fazer a supervisão, mas vai definir também como é que o setor privado vai participar”. (Repórter) Outra audiência da CMA vai avaliar instrumentos financeiros da Política Nacional de Mudanças do Clima. - REQ 38/2019 - CMA - REQ 44/2019 – CMA - REQ 58/2019 - CMA - REQ 13/2019 - CMA

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