Especialistas defendem mais investimentos e diversificação dos modais de transporte de cargas
A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) realizou uma audiência pública para debater a situação logística do País. Autor do pedido, o senador Lasier Martins (PSD-RS) lembrou que a recente greve dos caminhoneiros evidenciou a falta de alternativas e a dependência do transporte rodoviário. Os especialistas defenderam mais investimentos em setores como movimentação de cargas por meio de ferrovias. Com supervisão de Celso Cavalcanti, da Rádio Senado, Marciana Alves.
Transcrição
LOC: ESPECIALISTAS DEFENDERAM, NA COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA DO SENADO, MAIS INVESTIMENTOS E A DIVERSIFICAÇÃO DOS MODAIS DE TRANSPORTE DE CARGAS BRASILEIROS.
LOC: A IDEIA É REDUZIR A DEPENDÊNCIA DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO. REPÓRTER MARCIANA ALVES.
(Repórter) No Brasil, cerca de 65% do transporte de cargas é feito por rodovias, realidade que preocupa o senador Lasier Martins, do PSD gaúcho. Segundo ele, a greve dos caminhoneiros, que ocorreu no fim de maio, evidenciou a falta de alternativas logísticas no País.
(Lasier Martins) Nós somos um País que dependemos rigorosamente de rodovias e de petróleo, e esse evento da greve dos caminhoneiros foi uma advertência tremenda, no sentido de que de uma vez por todas se pense nisso e se tome providências.
(Repórter) O diretor do Departamento de Infraestrutura de Logística do Ministério do Planejamento, Otto Luiz Burlier, destacou o Plano Nacional de Logística como uma iniciativa do governo, que tem o objetivo de identificar problemas e aumentar a eficiência dos modais de movimentação de cargas no Brasil. Segundo ele, o programa ajuda a priorizar os investimentos no setor:
(Otto Luiz Burlier) Em qual rodovia a gente tem que fazer investimento de pavimentação ou duplicação. Qual hidrovia? Qual dragagem em porto, quais os portos mais prioritários. Então isso acaba nos ajudando na priorização dos investimentos e na previsibilidade do mercado.
(Repórter) Durante o debate na Comissão de Infraestrutura, o gerente jurídico da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, Regis Anderson Dudena, defendeu que a prorrogação dos contratos de cinco concessionárias vai render investimentos de cerca de 25 bilhões de reais da iniciativa privada, além de ampliar a capacidade do setor ferroviário.
(Regis Anderson) O que vai ser feito com esses R$25 bilhões? Nós temos ampliação de capacidade como primeira tarefa, então, nós temos investimentos em via, em pátio, em tecnologia, engenharia e duplicação. Nós temos ainda a construção de novos trechos e ramais, que tornem ainda mais produtivas as ferrovias.
(Repórter) O Ministério dos Transportes estima que a partir de 2025, com as renovações de contratos de concessões e conclusão de obras, a participação do modal ferroviário suba 30%.