Especialistas defendem instalação de pequenas centrais hidrelétricas
As pequenas centrais hidrelétricas podem melhorar os indicadores socioeconômicos das regiões onde estão instaladas. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (3) pelo representante do Ministério de Minas e Energia, Hélvio Guerra, em audiência na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), que debateu o potencial de geração, distribuição e armazenamento das Pequenas Centrais Hidroelétricas (PCH) e das Centrais Geradoras Hidroelétricas (CGH). O senador Paulo Rocha (PT-PA) sugeriu que o Parlamento reveja o compromisso do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2015 (COP21) de reduzir as pequenas hidrelétricas como medida de redução das emissões de carbono. Participaram ainda do debate representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), da Eletrobras e da Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas (ABRAPCH). Reportagem de Iara Farias Borges.
Transcrição
LOC: AS PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS PODEM MELHORAR OS INDICADORES SOCIAIS E ECONÔMICOS DAS REGIÕES ONDE ESTÃO INSTALADAS, ALÉM DE PRESERVAR O MEIO AMBIENTE.
LOC: A OBSERVAÇÃO FOI FEITA POR ESPECIALISTAS QUE PARTICIPARAM DE AUDIÊNCIA NA COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES.
(Repórter) As CGHs, Centrais Geradoras Hidrelétricas, e as PCHs, Pequenas Centrais Hidroelétricas, são usinas que utilizam a força da água para gerar energia elétrica. As CGHs, segundo definição da Agência Nacional de Energia Elétrica, têm capacidade de gerar até 5 megawatts, enquanto que as PCHs, até e trinta megawatts. Mais de 60% da matriz energética brasileira são de fonte hidráulica, informou o representante do Ministério de Minas e Energia, Hélvio Guerra. Desse total, cerca de três e meio por cento são PCHs e CGHs. Hélvio Guerra ressaltou que nas cidades onde foram instaladas essas pequenas usinas houve melhora dos índices sócio-econômicos: o IDH, Índice de Desenvolvimento Humano, aumentou 20%, a renda per capita, 40%; e a desigualdade reduziu 10%.
(Hélvio Guerra) “Se todos esses empreendimentos saíssem do papel e se tornassem empreendimentos gerando energia elétrica, nós estamos falando de algo em torno de 64 bilhões de reais de investimentos no pais, e com um detalhe importante: investimento na veia da economia. Então, é realmente um motor da economia importante que a gente consiga fazer com que esses empreendimentos sejam viabilizados”. O presidente da Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas, Paulo Arbex, afirmou que a energia de fonte hidráulica é a melhor, por ser barata, renovável e limpa. E ressaltou que essa tecnologia brasileira se tornou referência mundial apesar dos entraves ao seu desenvolvimento no fim da década de 1990.
(Paulo Arbex) “Começou um movimento, meio, até um pouco histérico, de demonização, de difamação da fonte hidráulica, apontando mil e um defeitos e problemas, exigindo um volume absurdo de compensação ambiental das hidrelétricas e não exigindo que outras fontes compensassem seus efeitos. Toda fonte de energia tem impacto ambiental”.
(Repórter) As pequenas centrais hidrelétricas foram reduzidas pelo compromisso do Brasil na COP21, como medida de diminuição de emissões de carbono. O senador Paulo Rocha, do PT do Pará, sugere rever esse compromisso.
(Paulo Rocha) “Eu acho que tem que ter uma resposta, uma iniciativa aqui do Parlamento em relação a isso, para corrigir esse tipo de coisa”.
(Repórter) Também participaram da audiência representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica e da Eletrobrás.
