Escravidão contemporânea é tema de debate na Comissão de Diretos Humanos — Rádio Senado
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Escravidão contemporânea é tema de debate na Comissão de Diretos Humanos

A Comissão de Diretos Humanos debateu em audiência pública nesta quarta-feira (3) a escravidão moderna e o impacto das normas de transparência na cadeia produtiva. Segundo os debatedores, o trabalho escravo é um dos problemas que mais afetam os países em desenvolvimento. O Brasil registra o maior número de casos de trabalho em condição análoga à escravidão na América Latina.

03/07/2019, 17h44 - ATUALIZADO EM 03/07/2019, 18h04
Duração de áudio: 02:09
Agência Pública/cc

Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE DIRETOS HUMANOS DISCUTIU EM AUDIÊNCIA PÚBLICA O PROBLEMA DA ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA. LOC: SEGUNDO OS DEBATEDORES, O TRABALHO ESCRAVO É UM DOS PROBLEMAS QUE MAIS AFETAM OS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO. REPORTAGEM DE LÍVIA TORRES: TÉC: O presidente da Comissão de Direitos Humanos, senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, explicou o que pode caracterizar o trabalho análogo à escravidão no Brasil, país que lidera o problema na América Latina, segundo o índice global da escravidão. (Paulo Paim) “No Brasil a escravidão é definido como trabalho forçado, mas também inclui escravidão por dívida, condições de trabalho degradantes, horas excessivas, que representam risco a saúde e trabalho em violação a dignidade humana. Cerca de 370 mil pessoas no Brasil são escravos modernos, de acordo com o índice global da escravidão, do grupo de direitos humanos Walk Free”. (Repórter) O representante da ONG Conectas, Caio Borges, ressaltou que a falta de informações dificulta o combate ao trabalho escravo. (Caio Borges) “Um dos obstáculos que nós encontramos tanto para buscar responsabilização como para criar mecanismos de enfrentamento é exatamente o obstáculo do acesso a informação. São poucos os mecanismos que são acessíveis a sociedade para entender nessa cadeia como os atores estão enfrentando a situação, quais as medidas de gerenciamento de riscos” (Repórter) O Coordenador da Articulação dos Empregados Rurais de Minas Gerais, Jorge Ferreira, explicou que o sul do estado de Minas, local de extensiva produção de café, tem percentual significativo de propriedades que estão na lista suja. A lista nomeia empregadores que submetem trabalhadores a situações degradantes. (Jorge Ferreira) “São milhares de trabalhadores e trabalhadoras no café, onde 60% não tem nem a carteira assinada. Tem municípios nossos que 85% não tem carteira assinada. É uma região também que hoje representa, pelo menos, 6% do trabalho escravo nacionalmente que está na lista suja”. (Repórter) O senador Paulo Paim lembrou que a PEC 243 que prevê expropriação de propriedades que façam trabalho escravo está parada desde 2014. Sob supervisão de Maurício de Santi, da Rádio Senado. Lívia Torres.

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