Equilíbrio fiscal e retomada dos empregos são desafios para economia pós covid-19
Representantes de instituições econômicas internacionais de crédito, como BID, Banco Mundial e FMI, participaram de audiência pública da Comissão do Congresso que acompanha as ações contra a covid-19. Os especialistas falaram sobre as ações que estão sendo tomadas pelos órgãos durante a pandemia e também de iniciativas que podem colaborar para a recuperação da economia no futuro próximo. O presidente da Comissão, senador Confúcio Moura (MDB-RO), afirmou que os dados apresentados nesta audiência servirão de subsídio para reunião de balanço com o ministro da economia Paulo Guedes, em 30 de agosto. Mais informações com o repórter Rodrigo Resende.
Transcrição
LOC: REPRESENTANTES DE INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS DE CRÉDITO DEBATERAM O CENÁRIO ATUAL E O FUTURO DA ECONOMIA NA COMISSÃO DO CONGRESSO QUE ACOMPANHA AS AÇÕES CONTRA A COVID-19.
LOC: ESPECIALISTAS AFIRMARAM QUE A RETOMADA DA ECONOMIA PASSA PELO EQUILÍBRIO FISCAL E CRIAÇÃO DE EMPREGOS. REPÓRTER RODRIGO RESENDE:
(Repórter) AP Macroeconomia Covid-19O ex-diretor do FMI, Fundo Monetário Internacional, Paulo Nogueira, destacou que a pandemia do coronavírus só aumentou problemas que já eram existentes na macroeconomia brasileira:
(Paulo Nogueira) Queria dizer que a crise provocada pela covid-19 no Brasil agravou dois problemas econômicos; a questão fiscal, questão do desequilíbrio das contas públicas primeiro, e segundo a questão do desemprego.
(Repórter) Paulo Nogueira ainda ressaltou a falta de justiça tributária no Brasil, com modelo de cobrança de impostos que prejudica os mais pobres. A atual representante do FMI no Brasil, Joana Pereira, detalhou números sobre a queda do PIB mundial em 2020:
(Joana Pereira) O FMI que previa em janeiro desse ano crescimento para a economia mundial para acima de 3% tem vindo a rever em baixa essa expectativa, e no momento, com as projeções publicadas no final de junho essa projeção foi atualizada para quase -5%
(Repórter) No caso do comércio internacional, o FMI estima uma queda de 12% em 2020. Felipe Salto, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente do Senado, destacou a questão do desemprego no Brasil:
(Felipe Salto) Quando a gente olha a taxa de desemprego, que é um dado muito observado, ela está em um patamar de 13%. 13,3%. Mas há uma precariedade escondida nesses dados que é a queda chamada taxa de participação. O que aconteceu? As pessoas da força de trabalho estão saindo da força de trabalho, estão deixando de procurar empregos.
(Repórter)) O presidente da Comissão de Acompanhamento das ações contra a covid-19, senador Confúcio Moura, do MDB de Rondônia, afirmou que os dados trazidos pelos especialistas serão debatidos com o ministro da economia Paulo Guedes, em reunião no fim de agosto:
(Confúcio Moura) Pra que a nossa comissão possa debater agora dia 30, no final do mês, o ministro Paulo Guedes estará conosco, fazendo um balanço, um relatório, e muitos desses conteúdos, alguns desses até divergentes entre os senhores e as senhoras uns com os outros vai nos orientar bastante.
(Repórter)) O representante do BID no Brasil, Morgan Doyle, afirmou que o Banco está promovendo mudanças para a aprovação rápida de recursos em quatro áreas: saúde pública, rede de proteção social, produtividade econômica e políticas fiscais. Rafael Muñoz, do Banco Mundial, afirmou que o banco emprestou 150 bilhões de dólares durante a pandemia, com a previsão de alcance de um bilhão de pessoas. Rafael defendeu ainda a retomada da agenda de reformas no Brasil.