Entidades de defesa da Previdência denunciam que intenção da reforma é privatizar o sistema — Rádio Senado
Reforma da Previdência

Entidades de defesa da Previdência denunciam que intenção da reforma é privatizar o sistema

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realizou, nesta segunda-feira (19), a primeira audiência pública do ciclo de debates que tem como objetivo discutir “A Previdência que Queremos”. Participaram do encontro, no Auditório Petrônio Portela do Senado, representantes de centrais sindicais, de movimentos sociais e de entidades que integram a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social. O encontro foi marcado por fortes críticas à reforma previdenciária e pedidos de resistência e luta por parte da população brasileira. O senador Paulo Paim (PT-RS), autor do requerimento para a realização das audiências públicas, criticou duramente a tentativa de reformar a Previdência Social. “É um desrespeito ao povo brasileiro. E eu espero que essa molecagem e a própria reforma da Previdência vá mesmo é para a lata do lixo, que é isso que ela merece”, fustigou. O presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal, Floriano Martins, afirmou que a intenção da reforma é privatizar a Previdência Social. “Não precisa de nenhuma reforma, quanto mais essas que vem unicamente para introduzir essa dimensão dos bancos gerindo nossa Previdência, nosso futuro”, denunciou. A reportagem é de Gustavo Azevedo, da Rádio Senado.

19/02/2018, 19h07 - ATUALIZADO EM 19/02/2018, 19h59
Duração de áudio: 02:00
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência pública para para tratar sobre "A Previdência Social que queremos", com foco no debate sobre a resistência à reforma da previdência ocorrida na Argentina.

Mesa:
secretário-geral da Confederação dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap), Luiz Legnani;
representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), João Paulo Ribeiro;
presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), João Domingos;
vice-presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS);
presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), Floriano Martins de Sá Neto;
presidente da Federação Nacional do Fisco Estadual e Municipal (Fenafisco), Charles Alcântara;
representante do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Diego Cherulli.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
LOC: O PRIMEIRO DEBATE DO CICLO DE AUDIÊNCIAS PÚBLICAS PARA DISCUTIR A REFORMA DA PREVIDÊNCIA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS FOI MARCADO POR FORTES CRÍTICAS À PROPOSTA. LOC: OS PARTICIPANTES DO DEBATE DEFENDERAM MAIS RESISTÊNCIA CONTRA A REFORMA. REPÓRTER GUSTAVO AZEVEDO. TÉC: Centrais sindicais, movimentos sociais e integrantes da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social lotaram o auditório Petrônio Portela, no Senado. “A Previdência que queremos” foi o tema da audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos, a primeira do ciclo de debates que discutirá os possíveis danos da PEC que muda as regras do benefício no Brasil. O encontro também foi marcado pelo destaque dado à resistência e luta dos argentinos contra a reforma da previdência ocorrida no ano passado no país. Julio Durval Fuentes, presidente da Confederação Latino-americana de Trabalhadores Estatais, criticou os governos que, segundo ele, querem acabar com o sistema público de aposentadoria. O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, autor do requerimento do ciclo de audiências públicas, ressaltou a importância de se opor à iniciativa. (Paim) É um desrespeito ao povo brasileiro. E eu espero que essa molecagem e a própria reforma da Previdência vá mesmo é para a lata do lixo, que é isso que ela merece. (Repórter) Segundo o Governo Federal, a reforma é essencial para melhorar a gestão dos recursos públicos. O principal argumento é o atual rombo nas contas do INSS. No entanto, a CPI da Previdência concluiu no ano passado que não há déficit. O presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal, Floriano Martins, ressaltou que o sistema é sustentável e que, portanto, não é necessário mudar as regras atuais. (Floriano) Quem é a favor dessa reforma, é contra o Brasil. Não precisa de nenhuma reforma, quanto mais essas que vem unicamente para introduzir essa dimensão dos bancos gerindo nossa Previdência, nosso futuro. (REP) A intervenção federal no Rio de Janeiro também foi criticada durante o encontro, já que segundo a oposição, é uma estratégia do governo federal para desviar o foco da iminente derrota na votação da reforma da Previdência. Da Rádio Senado, Gustavo Azevedo.

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