Entenda como funcionam as agências internacionais de classificação de risco — Rádio Senado
Economia

Entenda como funcionam as agências internacionais de classificação de risco

26/02/2016, 12h27 - ATUALIZADO EM 26/02/2016, 12h27
Duração de áudio: 02:07
Rafael Matsunaga / Wikimedia Creativecommons

Transcrição
LOC: O BRASIL FOI REBAIXADO MAIS UMA VEZ POR UMA AGENCIA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E PERDEU O GRAU DE INVESTIMENTO – NOTA QUE ASSINALA SE O PAÍS É UM BOM PAGADOR. LOC: ESSE FOI O TERCEIRO REBAIXAMENTO DO PAÍS DESDE SETEMBRO, O QUE PODE SIGNIFICAR PERDA DE INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS, ALÉM DE JUROS E DÓLAR MAIS ALTOS. E COMO FUNCIONAM ESSAS AGÊNCIAS DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO? QUEM RESPONDE É A REPÓRTER NARA FERREIRA: TÉC: A nota de classificação de risco indica aos investidores se um país, empresa ou negócio é considerado um bom ou mau pagador. O último rebaixamento foi feito pela Moody's, que diminuiu a nota do Brasil em dois degraus, com perspectiva negativa. A agência alegou deterioração dos indicadores de dívida do Brasil em um ambiente de baixo crescimento. A Moody´s era a última a manter o grau de investimento do Brasil. A Standard & Poor's foi a primeira a tirar do Brasil o selo de bom pagador, em setembro; e a Fitch foi a segunda, em dezembro. Perder o grau de investimento é como receber um atestado de possível calote. Funciona assim: Um governo ou empresa consegue dinheiro vendendo títulos ou ações no mercado. Os investidores compram papéis com a perspectiva de lucrarem no futuro. Se houver desconfiança sobre o retorno do investimento, o país terá que pagar mais caro para conseguir empréstimos lá fora – dinheiro necessário para garantir o desenvolvimento. A classificação das agências de risco é um instrumento para o mercado, e deve ser independente. Mas nem sempre a classificação é correta. A crise econômica internacional de 2008 foi consequência de avaliações erradas das agências, que apostavam no falido mercado de hipotecas imobiliárias dos Estados Unidos. O fato é descrito no filme “A Grande Aposta”, indicado ao Oscar. Para o senador Jorge Viana, do PT do Acre, o filme retrata o que ele chama de escravidão que o mundo vive em relação ao mercado. (JORGE VIANA -) o roteiro não foi feito por alguém que não entende; foi feito dentro de Wall Street, dentro desse jogo, dessa jogatina que é a vida da gente em relação aos interesses econômicos; os bancos, os grandes conglomerados econômicos e os apostadores na desgraça de um povo para poder tirar dinheiro. O filme é esclarecedor. (REP) Com o último rebaixamento da Moody´s, o Brasil tem a pior nota entre os países emergentes do Brics, e está atrás de países como Namíbia, Cazaquistão e Paraguai. Da Rádio Senado, Nara Ferreira.

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